revelou, em uma entrevista de 2003 ao programa da BBC comandado por Michael Parkinson, que sua estreia como diretor só aconteceu porque ele aceitou também atuar no longa-metragem. O cineasta contou que a Universal Studios só aprovou a produção de com a condição de que ele fosse o protagonista.
Na época, Eastwood já havia se consolidado como astro graças aos faroestes italianos que impulsionaram sua carreira em Hollywood. Ainda assim, o projeto não se encaixava no perfil pelo qual era conhecido: o filme era um suspense psicológico sobre um DJ de jazz mulherengo cuja vida passa a correr perigo quando uma ouvinte, interpretada por , desenvolve uma obsessão perigosa.
Perversa Paixão estreou em 1971 e se mostrou um sucesso de bilheteria, provando que o público aceitava ver um lado mais vulnerável do ator, pouco antes de ele encarnar o implacável policial Harry Callahan em , lançado três meses depois. A boa recepção abriu caminho para que Eastwood desse continuidade à sua trajetória atrás das câmeras.
A carreira de Eastwood como diretor foi longe
Seu segundo trabalho como diretor, , também teve bom desempenho nos cinemas. Na sequência, em 1973, comandou e em , no qual fez apenas uma participação não-creditada, sinalizando seu interesse em se dedicar mais à direção.
Ao longo da carreira, Eastwood demonstrou não ter apego à própria imagem de durão. Ele interpretou papéis que destoavam de seu arquétipo habitual, como um detetive sexualmente ambíguo em , um policial com problemas cardíacos em e até um horticultor transformado em traficante em .
A estratégia deu certo: além de manter sua posição como astro, Eastwood conquistou prestígio como cineasta, assinando títulos premiados como e . Hoje, aos 95 anos, ele já sinalizou a possibilidade de se afastar das câmeras, embora seu último trabalho como diretor, , lançado recentemente, tenha sido bem recebido pela crítica.
Fonte: adorocinema