Assistir a “Djavan, o Musical: Vidas pra Contar” é mergulhar em uma narrativa costurada pela poesia e pela musicalidade de um dos maiores nomes da nossa MPB. Mais do que uma homenagem, a peça é um verdadeiro encontro entre a vida e a obra do cantor, mostrando como suas canções, repletas de lirismo, transcendem o tempo e se tornam parte da história de todos nós.
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Foto: Instagram @djavanomusical | @biancatatamiya
O espetáculo não segue a ordem cronológica de lançamentos de Djavan, mas sim a lógica da narrativa. Cada canção surge como peça fundamental na construção da trajetória do protagonista, funcionando como fio condutor de sua vida e, ao mesmo tempo, de tantas outras histórias que estão na plateia. Afinal, Djavan é esse artista raro, cuja poesia acolhe tanto nas vitórias quanto nos dias mais difíceis.
O grande destaque é Raphel Elias, que assume o papel de Djavan com uma entrega impressionante. O ator encontra um caminho próprio para interpretar o artista, alcançando um timbre muito próximo ao original, mas sem cair na imitação.
Sua performance vocal é acompanhada por um trabalho corporal minucioso, em especial em uma cenas musicais, com dança, e nas cenas onde ele concede entrevistas, na qual ele transmite com perfeição o jeito contido e elegante de Djavan. É um daqueles momentos que fazem o público esquecer que está diante de uma representação.
Raphael Elias e Eline Porto. Foto: Instagram @djavanomusical | @biancatatamiya
Elenco repleto de grandes cantores
Para além de Elias, o elenco de apoio também brilha com força. Walerie Gondim dá vida a Gal Costa em uma interpretação marcante, que serve também como uma linda homenagem à cantora, que interpretou com maestria diversas composições do alagoano. Já Tom Karabachian aposta no carisma e no humor como Caetano Veloso, criando uma caricatura divertida que funciona como alívio cômico.
Esse recurso, a comédia, aliás, é usado com precisão ao longo da peça. O espetáculo é predominantemente mais dramático, mas os momentos de humor surgem de forma cirúrgica, seja com Caetano ou com Aparecida, primeira esposa de Djavan, personagem vivida por Eline Porto, que também se desdobra em outros papéis.
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Outro ponto altíssimo da montagem é o ator Milton Filho como Elegbara, que também assume o papel de narrador. É ele quem guia o público pelas passagens de tempo, estabelecendo uma ponte entre cenas e emoções. Sua persona, revelada ao final, traz uma camada inesperada e religiosa, coroando a experiência de quem acompanha a história até os últimos minutos.
“Djavan, o Musical: Vidas pra Contar” emociona pela potência artística, mas também pela sensibilidade com que traduz a vida de um cantor que já embalou gerações com sua poesia singular. É, acima de tudo, um tributo vivo a um artista que segue transformando vidas através da música.
TEMPORADA SÃO PAULO:
Sábado às 16h e às 20h / Domingo às 15h e às 19h
Teatro Sabesp Frei Caneca – Consolação – SP
Ingressos na plataforma Uhuu
TURNÊ:
Fortaleza – Temporada: 10 à 12 de outubro; ingressos na plataforma Sympla
Maceió – Temporada: 17 e 18 de outubro; ingressos na plataforma Olha o Ingresso
Brasília – Temporada: 24 à 26 de outubro; ingressos na plataforma Olha o Ingresso
Fonte: portalpopline