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Tecnologia

Pokémon Scarlet & Violet são incríveis RPGs de mundo aberto

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Os três anos que separam a oitava geração e Pokémon Scarlet & Violet, marcados por um spin-off importante para ditar o presente e o futuro da série principal, resultaram em um jogo que finalmente perdeu o medo de evoluir. Ao longo de 26 anos de existência, a franquia da Nintendo jamais deixou de inovar sua fórmula geração após geração, mas sempre jogou de forma segura, sem abrir mão de sua linearidade característica e exploração restrita. Felizmente, isso mudou.

Aproveitando alguns elementos que se mostraram acertos em Pokémon Legends: Arceus, Pokémon Scarlet & Violet levam a aventura dos jovens treinadores para um mundo aberto rico, capaz de proporcionar uma liberdade até então inédita.

Assim que deixa as paredes da universidade logo após o longo e divertido prólogo, o jogador pode escolher entre uma das três missões principais – ou progredir por elas simultaneamente – e descobrir sua verdadeira paixão na vasta região de Paldea. É possível concentrar seus esforços na coleção de insígnias e em se tornar um Mestre Pokémon através da campanha Victory Road, encarar os Pokémon Titan em Path of Legends ou frustrar os planos do Team Star, equivalente à Equipe Rocket da geração, em Starfall Street. 

Mesmo com três missões principais, Pokémon Scarlet & Violet mantém a progressão de forma orgânica, sem impor muitas condições. Embora os desenvolvedores tenham criado algumas dificuldades para aqueles que querem uma exploração descompromissada, como por exemplo elevar o nível dos Pokémon de acordo com as regiões, isso jamais significa falta de liberdade.

Liberdade que também é sentida na ausência de adversários obrigatórios pelo caminho. Embora existam muitos outros treinadores espalhados pelo mapa, enfrentá-los agora não passa de uma opção. Porém, derrotar todos eles em uma mesma zona garante recompensas incentivadoras que vão além da experiência.

Pokémon Scarlet & Violet também abandona definitivamente os encontros aleatórios. Assim como em Legends: Arceus, todos os monstrinhos são vistos passeando pelo cenário, e vê-los livres aumenta a imersão e a nostálgica sensação de descoberta do jogo, ainda mais com a chegada de uma nova geração ainda tão desconhecida. Isso torna a tarefa de completar a Pokédex prazerosa e recompensadora, mesmo que não exista mais a mesma profundidade que Legends: Arceus havia dado a ela.

A exploração é facilitada pelos dois lendários que estampam as capas. Miraidon e Koraidon servem inicialmente como veículos terrestres, mas ganham habilidades que permitem escalar montanhas e até mesmo planar pelo ar após o jogador completar determinados objetivos. Em um mapa tão extenso – e com biomas variados que compõem o continente de maneira muito natural – quanto Paldea, ter essa mecânica é absolutamente necessário. Além disso, as histórias contadas pelos dois são ricas, e ajudam a tornar a narrativa dos jogos ainda mais envolvente. 

Falando em narrativa, Pokémon Scarlet & Violet é a mais madura de toda a franquia e, provavelmente, a melhor. É fácil se apegar aos personagens, todos cheios de personalidade e bem desenvolvidos, e as três campanhas principais alcançam desfechos que realmente impressionam.

Já as batalhas seguem, em sua maioria, a mecânica por turnos clássica dos primeiros jogos da franquia, o que ajuda a quebrar um pouco o ritmo intenso de exploração. Embora elas se tornem um pouco cansativas após longas horas de jogo, têm um forte apelo nostálgico e belíssimas animações para uma quase infinita variedade de habilidades. 

A novidade fica por conta da mecânica Terastal. Graças a ela, os Pokémon podem mudar de tipo durante uma batalha, o que confere uma profundidade estratégica que vai muito além das transformações vistas em outras gerações, que praticamente garantiam a vitória quando eram ativadas. É possível transformar apenas um Pokémon por batalha e sempre será preciso visitar um Pokémon Center para poder usar o recurso novamente, o que exige que o jogador saiba reconhecer o momento certo de fazer isso ou poderá, inesperadamente, sair em desvantagem.

É possível encontrar muitos Pokémon Terastalizados pelo cenário. Além de vê-los passeando, é comum encontrar alguns cristais – que podem ser vistos de longe e ficam sinalizados no bastante útil mapa do jogo – e entrar nas Tera Raids. Estas são batalhas em que quatro jogadores, online ou offline, enfrentam um Pokémon em sua forma Terastal e um pouco mais poderoso que o habitual para a região. Além disso, essas batalhas seguem um ritmo próprio e mais dinâmico, e, após derrotar o Pokémon e “quebrar” o efeito da transformação, é possível capturar o monstrinho sem nenhuma dificuldade.

No entanto, em um jogo tão rico em conteúdo e liberdade, algumas falhas técnicas insistem em atrapalhar a experiência: as quedas de FPS, por exemplo, são tão comuns que obrigam o jogador a se acostumar com elas; já os recursos online parecem poder muito mais, embora sinalizem para um futuro ainda mais promissor. Embora pareça bem possível corrigir alguns desses problemas em atualizações futuras, essa não é uma prática muito comum na Game Freak.

Considerações

Mesmo com alguns problemas técnicos, que rapidamente se tornam secundários, Pokémon Scarlet & Violet é a experiência mais completa da história de Pokémon. 

A consolidada fórmula RPG finalmente adotou o mundo aberto como cenário e fez isso de uma forma nada menos do que incrível, elevando a sensação de descoberta sem jamais deixar de lado – e até recuperando – o apelo nostálgico de uma série tão duradoura.

Era difícil imaginar a Game Freak indo além, mas Legends: Arceus serviu como um laboratório para apresentar a franquia ao seu futuro.  

Fonte: terra.com.br/gameon

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