O ativista potiguar Ivan Baron, conhecido por sua atuação em defesa da inclusão, iniciou na última terça-feira (19) uma campanha nacional contra o capacitismo, em parceria com a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Câmara dos Deputados. A iniciativa, chamada Xô Capacitismo, tem como objetivo dar visibilidade a direitos, políticas públicas e reforçar a luta contra a exclusão social. A apresentadora Xuxa Meneghel também participa da mobilização.
Baron, que enfrentou preconceitos desde a infância devido à paralisia cerebral, destaca que a escola foi tanto um espaço de barreiras quanto de oportunidades. Formado em pedagogia, ele utiliza sua experiência para promover educação inclusiva e conscientização, tanto em salas de aula quanto nas redes sociais.
Com grande repercussão, suas mensagens o levaram a subir a rampa do Palácio do Planalto ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a posse em 2023. Hoje, Baron reforça que inclusão não é favor, mas direito, lembrando que piadas, expressões preconceituosas e a negação de acessibilidade são formas recorrentes de capacitismo.
A campanha prevê ações nas redes sociais, debates, materiais educativos e atividades em diversos estados. O deputado Duarte Júnior, presidente da comissão e idealizador do projeto, ressaltou que é necessário alcançar quem nunca conviveu de perto com uma pessoa com deficiência. Ele apresentou ainda um projeto de lei voltado ao enfrentamento desse tipo de discriminação.
Segundo o Censo do IBGE de 2022, o Brasil possui 14,4 milhões de pessoas com deficiência, representando 7,3% da população com mais de 2 anos de idade. Baron chama atenção para o fato de que as mulheres são maioria nesse grupo e sofrem mais riscos de violência, além de enfrentarem maiores dificuldades de inserção no mercado formal.
O ativista também defende a implementação efetiva da Lei Brasileira de Inclusão, que completa 15 anos em 2025, com foco em capacitação profissional, comunicação acessível e protocolos integrados de atendimento. No seu caso, a meningite aos 3 anos resultou na paralisia cerebral, mas o apoio da família e do SUS foi decisivo para sua autonomia e trajetória de luta.
Fonte: cenariomt