“Só nas empresas de turismo, que operariam na pesca esportiva durante 45 dias, o prejuízo é estimado em R$ 6 milhões. Para os municípios, haverá impacto na geração de energia: Itaúba, que arrecada cerca de R$ 400 mil por mês; Colíder, entre R$ 100 e 120 mil; e Nova Canaã, aproximadamente R$ 60 mil, deixarão de receber esses recursos, porque a compensação hídrica depende da geração de energia”, explicou.
O prefeito ressaltou ainda que o impacto atinge diretamente marinas, pousadas e toda a área turística da região, que se fortaleceu em torno do lago da usina. Com o rebaixamento, o acesso ao rio se torna difícil, o que limita atividades de lazer e comerciais. Benassi detalhou que a situação tende a se prolongar.
“A Eletrobras ainda não conseguiu mensurar o tamanho do problema. Empresas da Suíça, Alemanha e Portugal estão vindo a Colíder para avaliar a situação. Acredito que, no mínimo, por dois anos não teremos uma solução completa”, comentou.
Apesar da retração hídrica, o prefeito afirmou que o lago pode gerar impactos positivos em outras regiões, como Paranaíta, onde o aumento do nível de água poderá beneficiar a geração de energia no período de seca.
“Estamos diante de um problema grave, que afeta turismo, receita municipal e atividades econômicas. Será necessário buscar compensações para todos os impactados, mas o cenário de curto e médio prazo é de prejuízo”, disse.
O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) acompanha o processo por meio da 11ª Procuradoria de Justiça e das Promotorias de Justiça Cível de Colíder, Nova Canaã do Norte, Itaúba e Cláudia. Na segunda-feira (18), promotores de Justiça das cidades afetadas participaram de reunião com representantes da Eletrobras e advogados da companhia para detalhar o Plano de Ação Emergencial, que prevê avaliação técnica e correções nas estruturas da usina.
O rebaixamento do reservatório começou na última quinta-feira (14) e deve reduzir o nível da água em 17 metros e 54 centímetros por dia nos próximos 33 dias. A operação emergencial foi recomendada por especialistas para permitir inspeção técnica e implementação de medidas corretivas.
Durante o anúncio, o prefeito de Paranaíta, Osmar Antônio Moreira, informou que o cancelamento do Fest Praia ocorreu devido à diminuição do volume de água na praia, impedindo a realização do evento com segurança.
Fonte: Olhar Direto
