O rapper MD Chefe se pronunciou após ser alvo de críticas da vereadora paulistana Amanda Vettorazzo, que reagiu ao lançamento da faixa “Reunião de Matuto”, parceria com Major RD. A música, divulgada na última quarta-feira (13), cita a morte de Herus, jovem de 24 anos baleado durante uma operação do Bope em uma festa junina no Morro do Santo Amaro, no Rio de Janeiro.
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Em um dos trechos de “Reunião de Matuto”, MD Chefe e Major RD questionam: “Eu tô preocupado com a vereadora Amanda Vettorazzo / Que não consegue dizer o motivo da morte do jovem lá do Santo Amaro”, ao mesmo tempo em que denunciam o que chamam de “linguagem do ódio”.
A reação da parlamentar veio em vídeo publicado nas redes sociais, no qual atacou o artista e o desafiou a compor músicas sobre crimes ligados ao tráfico. Veja:
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MD Chefe respondeu às declarações destacando a responsabilidade social do rap:
“Nossa música questiona a morte do Herus, jovem de 24 anos morto por tiros disparados em uma ação do Bope. Políticos como a vereadora Amanda Vettorazzo foram eleitos para representar o povo. Porém, ela só conseguiu nos responder com ofensa. Somos pais, empregamos gente, sustentamos famílias com o rap. Só pedimos respeito. Nosso trabalho é sério e sempre questionará quem agir de má-fé com os nossos”.
“Reunião de Matuto” se soma a uma corrente importante do rap nacional, que há décadas aborda violência, desigualdade e políticas públicas em territórios periféricos. A faixa reforça a música como ferramenta de denúncia e reflexão, ao mesmo tempo em que expõe a tensão crescente entre artistas do gênero e figuras políticas que tentam deslegitimar o papel do rap na sociedade brasileira.
MD Chefe. Foto: Rafael Buto
Amanda Vettorazzo (União) é vereadora em São Paulo e ganhou notoriedade nas redes sociais por seus posicionamentos duros contra artistas de rap e funk. Em diferentes ocasiões, ela associou o gênero à criminalidade e utilizou seus canais digitais para criticar músicas e artistas, como Oruam e Poze do Rodo, que abordam violência e desigualdade em suas letras. Essa postura tem gerado embates frequentes com a cena cultural, especialmente com rappers que usam a arte como ferramenta de denúncia social.
Fonte: portalpopline