O debate sobre a segurança on-line de crianças ganhou novo fôlego nos Estados Unidos depois que Liz Murrill, procuradora-geral do Estado da Louisiana, abriu processo contra a Roblox Corporation. Ela acusa a plataforma de negligência ao permitir exploração infantil.
A ação teve registro na Justiça do país na última quinta-feira, 14, e destaca falhas em medidas de proteção. Entre elas, ausência de verificação de idade e falta de autorização parental, além de ressaltar a presença de conteúdos considerados impróprios e predadores na rede.
Segundo o processo, o Roblox facilitaria a exploração sexual e o abuso de menores em território nacional durante anos, inclusive na Louisiana. A procuradora-geral afirmou ao jornal The New York Times que “o Roblox está repleto de conteúdo prejudicial e predadores infantis, porque prioriza o crescimento de usuários, receita e lucros em detrimento da segurança infantil”.
“Todos os pais devem estar cientes do perigo claro e presente que o Roblox representa para seus filhos”, disse Liz. “Assim, eles podem evitar que o impensável aconteça em sua própria casa.”
O Roblox conta com cerca de 111,8 milhões de usuários ativos diariamente. Ao todo, 36% deles têm menos de 13 anos. Apesar disso, a empresa não respondeu imediatamente aos questionamentos sobre o processo.

A ação também detalha a existência de experiências sexualmente explícitas dentro do ambiente digital, como “Escape to Epstein Island”, “Diddy Party” e “Public Bathroom Simulator Vibe”. O objetivo do processo é obter uma ordem judicial que impeça a empresa de afirmar que possui mecanismos eficazes de segurança e proíba práticas consideradas enganosas para a legislação da Louisiana.
Durante entrevista coletiva, Liz Murrill argumentou que “é basicamente uma temporada aberta para predadores sexuais no aplicativo”. Ela defendeu ainda que, por causa dos riscos, “o Roblox deveria ser fechado”.
A procuradora-geral citou um caso recente de Livingston, na Louisiana, onde agentes identificaram como usuário ativo do Roblox um suspeito de possuir material de abuso sexual infantil. Ele utilizou tecnologia para alterar a voz e simular ser uma criança, com o objetivo de aliciar menores.
Além deste episódio, há uma série de processos em diferentes Estados. Na semana passada, um pai californiano processou a empresa depois de sua filha de dez anos ser sequestrada por um homem de 27 anos que conheceu na plataforma.
Fonte: revistaoeste