O presidente nacional do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), Marconi Perillo, admitiu que a legenda busca lançar um nome competitivo para a disputa presidencial de 2026. Contudo, não descarta apoiar (Republicanos), governador de São Paulo, caso não consiga viabilizar uma candidatura própria. A afirmação foi feita em entrevista ao programa Papo com Editor, do jornal O Estado de S. Paulo.
Perillo alertou para os riscos de eleger candidatos comprometidos com interesses pessoais ou que optem por seguir exemplos como o do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“Não podemos cair na armadilha de eleger alguém comprometido com pessoas, com interesses pessoais”, afirmou o presidente do PSDB. “Precisamos ter alguém que seja ele na eleição e depois no governo.”
Durante a entrevista, Perillo destacou que o Partido dos Trabalhadores (PT) é o adversário histórico do PSDB. Também demonstrou simpatia pelos governadores (PSD-RS) e Ratinho Jr. (PSD-PR).

Ele também avaliou Tarcísio como um gestor capacitado para assumir a Presidência, além de sugerir uma candidatura do ex-presidente Michel Temer (MDB).
O governador de Goiás, (União Brasil), foi alvo de críticas de Perillo. O presidente do PSDB o classificou como “um potencial promotor de radicalismo de direita, política de ódio e perseguição”.

Perillo afirmou que o partido pretende apresentar um candidato “à altura” para 2026. Contudo, lamentou a saída de Eduardo Leite para o PSD, fato que deixou a legenda sem um nome definido até o momento.
Ele também revelou que o processo de filiação de Ciro Gomes, ex-governador do Ceará e atualmente no PDT, está em andamento, mas ainda sem definição sobre eventuais candidaturas presidenciais. “Ele disse que, se voltar, volta como soldado, pronto para tudo.”
Na estratégia para o próximo pleito, Perillo disse que o PSDB busca ampliar a presença no Congresso. O partido pretende aumentar o número de governadores, deputados e senadores para conquistar mais tempo de TV e recuperar relevância nacional. Atualmente, a sigla conta com um governador, Eduardo Riedel (MS), 14 deputados federais e três senadores.
Além disso, o presidente do PSDB avaliou que a legenda atingiu o ponto mais baixo em 2022, mas acredita que o momento mais difícil já ficou para trás e que o partido está em fase de reconstrução, mesmo depois da migração de figuras importantes para o PSD.
Sobre possíveis fusões partidárias, Perillo relatou que as negociações foram interrompidas depois do insucesso em uma tentativa com o Podemos, pois a proposta era de incorporação do PSDB, o que foi rejeitado. Ainda assim, não descartou a ideia de formar federações partidárias para fortalecer a atuação no Congresso.
Na avaliação de Perillo, a quantia de R$ 30 bilhões destinada ao plano de auxílio às empresas afetadas pelo aumento de tarifas dos Estados Unidos é insuficiente. Ele classificou a medida como “algo nefasto” e defendeu a abertura de diálogo com o governo norte-americano.
Indagado sobre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Perillo informou que o PSDB está dividido quanto ao posicionamento sobre a atuação do magistrado, sem consenso sobre pedidos de impeachment.
Ele também criticou punições consideradas excessivas ligadas aos eventos de 8 de janeiro. Afirmou, ainda, que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve ocorrer com respeito à Constituição e ao direito à ampla defesa, sem influência política.
Fonte: revistaoeste