“Quisemos reinventar o cachorro-quente, porque todo mundo faz, mas poucos trazem qualidade e variedade. Colocamos calabresa, bacon e catupiry para não ser só pão e salsicha, e desde o começo trabalhamos com produtos de qualidade”, conta a simpática Verônica ao Olhar Conceito.
O negócio começou com os pais de Leandro, que vieram do interior de São Paulo, onde o sogro de Verônica, que trabalhava com agricultura, já encontrava dificuldades para sustentar a família. Em 2015, eles abriram a primeira unidade no bairro Santa Helena. Dois anos depois, Verônica e Leandro, que também são paulistas, vieram para Cuiabá para ajudar com a operação.
“A situação no interior de São Paulo estava difícil, com seca, então eles vieram para cá em busca de oportunidades e acabaram encontrando no ramo de alimentação”, explica.
“Eu e o Leandro viemos para ajudar com a mão de obra, porque no começo eram só meus sogros, e o primeiro ano deles foi de obstáculos e dificuldades, até conquistar a clientela. Quando começaram a ter clientes fixos, puderam contratar mais pessoas”, continua.
Conhecida por ser um dos pontos com mais presença do tradicional baguncinha em Cuiabá, agora o Japa Dog também se destaca por reinventar o tradicional cachorro-quente.
“Tem um ponto da avenida que é mais focado em baguncinhas. Trabalhamos com cachorro-quente, mas temos vários modelos, quisemos reinventar, porque cachorro-quente todo mundo faz”, conta Verônica.
A ideia, segundo ela, foi criar opções que fugissem do simples e tradicional, apesar deles também estarem no cardápio, apostando em combinações como calabresa, bacon e catupiry. “
Colocamos a qualidade como prioridade, ainda mais por estarmos na rua, onde existe um certo preconceito com comida de rua. Prefiro fazer o cliente voltar do que ele vir aqui só uma vez, gosto de fazer o cliente gostar e me recomendar por ter um lanche de qualidade”, afirma.
O cardápio agrada todos os gostos, desde o tradicional até os mais elaborados, e até clientes que não consomem salsicha encontram alternativas. “Fazemos no gosto do freguês, queremos agradar a todos”, resume Verônica, mostrando que a atenção ao detalhe e ao paladar do cliente é parte da filosofia do negócio.
Antes de entrar no ramo da alimentação, o casal trabalhava em áreas completamente diferentes. Verônica atuava na saúde, como balconista de farmácia, enquanto Leandro era cartazista, responsável por escrever letreiros em supermercados. A experiência com atendimento a pessoas, porém, faz toda a diferença na rotina do Japa Dog.
No balcão da kombi, Verônica recebe cada cliente com um sorriso aberto, como quem conhece o valor de ser bem recebido. Ela observa cada detalhe, pergunta como está o dia de quem chega e se certifica de que o lanche seja servido com atenção e cuidado.
“Para mim, é tão importante que a comida seja gostosa, quanto que o atendimento seja bom. Prefiro que o cliente volte, se sinta acolhido, e não apenas venha uma vez”, conta.
Em 2019, depois de aprenderem com quem criou o Japa Dog em Cuiabá, o casal abriu a própria unidade, mas dois meses depois a pandemia de covid-19 obrigou o fechamento. Para não perder o investimento, eles adaptaram o negócio e começaram a produzir os lanches em casa, fazendo entregas pelo iFood.
“Ficamos assim até conseguir voltar para a rua de novo. Tivemos o boom da alimentação na pandemia, que nos salvou, mas demorou um pouco até que as pessoas se adaptassem. Alguns clientes ainda pediam para buscar no local”, lembra Verônica.
De acordo com ela, foi graças à dedicação e criatividade, que em 2023 eles conseguiram estacionar a kombi para atender no ponto na avenida do CPA, onde permanecem até hoje.
O cardápio do Japa Dog é pensado para surpreender. Aos domingos é sempre o dia de maior demanda, quando eles precisam, inclusive, fechar até duas horas mais cedo. O casal chega a atender 500 pessoas nos dias de funcionamento.
Além do sabor e do tamanho dos lanches, outro diferencial está na presença digital do Japa Dog. Verônica começou a cuidar das redes sociais da família, percebendo que era importante estar onde as pessoas estão.
“Mesmo tendo a outra unidade há muito tempo, tem gente que não nos conhecia. Hoje temos bastante seguidores e muitos clientes chegam por causa do Instagram”, conta. A comunicação direta com o público, sempre simpática e próxima, foi uma forma que ela encontrou de reforçar o caráter familiar e acolhedor do negócio também no ambiente digital.
Entre salsichas, calabresa, bacon, catupiry e purê de batata, cada cachorro-quente carrega não só ingredientes generosos, mas também a história do casal que transformou uma kombi em um ponto de referência da gastronomia cuiabana. Para o futuro, eles avaliam a possibilidade de expandir para Várzea Grande, onde eles entregam cachorros-quentes diariamente pelo IFood e também possuem clientes fieis.
“Quando cheguei, pensei: se é aqui que vou construir meu futuro, vou fazer dar certo. Coloquei isso na cabeça e fui fazer acontecer. Aqui encontrei calor humano e oportunidades. Hoje sou cuiabana de coração e feliz com o que conquistamos”, completa Verônica.
Fonte: Olhar Direto