O Brasil registrou no segundo trimestre de 2025 o menor número de pessoas desempregadas há mais de um ano desde o início da série histórica, em 2012. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) Trimestral, 1,913 milhão de trabalhadores estavam em busca de emprego nos meses de abril, maio e junho, uma redução de 21% em relação ao mesmo período do ano passado.
A pesquisa do IBGE abrange pessoas com 14 anos ou mais e considera todas as formas de ocupação, incluindo empregos formais, temporários e autônomos. Só são contabilizadas como desocupadas aquelas que procuram ativamente um emprego. Foram visitados 211 mil domicílios em todos os estados e no Distrito Federal.
Tempos de procura
O levantamento detalha quatro faixas de duração da busca por trabalho, todas com queda em comparação ao segundo trimestre de 2024:
- menos de um mês: -16,7%;
- de um mês a menos de um ano: -10,7%;
- de um a menos de dois anos: -16,6%;
- dois anos ou mais: -23,6%.
No estrato de um mês a menos de um ano, o contingente de 3,2 milhões é o menor desde 2012, enquanto no grupo de um a menos de dois anos, 659 mil pessoas estão desocupadas, também recorde de baixa. O analista da pesquisa, William Kratochwill, destaca que o mercado está absorvendo trabalhadores que tinham mais dificuldade de encontrar emprego.
Mercado aquecido e recordes
Em julho, o IBGE havia informado que a taxa de desemprego no país caiu para 5,8%, a menor da série histórica. A pesquisa também registrou recordes no emprego com carteira assinada, que alcançou 39 milhões de pessoas, e no rendimento médio mensal do trabalhador, de R$ 3.477.
A Pnad trimestral indicou queda do desemprego em 18 das 27 unidades federativas, variando de 2,2% em Santa Catarina a 10,4% em Pernambuco. Doze estados atingiram o menor nível de desemprego já registrado para um segundo trimestre, incluindo São Paulo (5,1%) e Mato Grosso do Sul (2,9%).
Kratochwill observa que o mercado de trabalho em 2025 se manteve resiliente, absorvendo grande parte da mão de obra temporária do início do ano, resultando na redução da informalidade (37,8%) e aumento do emprego com carteira assinada e dos salários.
Perfil do trabalhador
O levantamento aponta que mulheres, pretos e pardos continuam enfrentando maiores taxas de desemprego. Enquanto a taxa entre mulheres foi de 6,9%, a dos homens ficou em 4,8%. Entre brancos, a taxa foi 4,8%, contra 7% para pretos e 6,4% para pardos. Pessoas com ensino médio incompleto tiveram taxa de 9,4%, acima de quem possui nível superior completo, com 3,2%.
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Fonte: cenariomt