O cenário atual do agronegócio é desafiador, com preços em baixa e custos elevados, mas o produtor rural do Mato Grosso do Sul, em especial o de grãos, está otimista. Fábio Caminha, diretor da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS), destaca que a próxima safra já se apresenta com um custo maior que a anterior, o que exige atenção redobrada do setor.
“É uma safra que entra mais cara do que essa que a gente colheu”, afirma Caminha, entrevistado desta quinta-feira (14) do programa Direto ao Ponto, sobre a safra 2025/26. Ele explica que a retomada dos preços dos fertilizantes, em parte devido à guerra na Rússia, e o aumento nos defensivos, impulsionado pelo dólar, impactam diretamente o custo de produção.
Apesar dos desafios, como as adversidades climáticas enfrentadas nos últimos anos, o diretor destaca a capacidade de organização do produtor local. “O produtor que estava mais com a gestão na mão, que tinha uma informação mais privilegiada, ele conseguiu se antecipar e fazer essa compra no momento um pouco melhor, e isso ajudou ele a equilibrar os custos”, diz.

Resiliência e atenção a detalhes
A Aprosoja-MS, em conjunto com outras instituições, têm trabalhado para dar suporte aos produtores, como na recente renegociação de dívidas para municípios afetados. “A gente, enquanto instituição, conseguiu colaborar com esse trabalho. As associações nossas aqui tem buscado ajudar o produtor no momento bom e no momento ruim”, comenta Caminha.
O diretor também ressalta, ao programa do Dia de Ajudar Mato Grosso, a importância de se manter atento a detalhes essenciais para o sucesso da safra, como a qualidade da semente, o investimento em fertilidade do solo e o planejamento de plantio.
“O que a gente pede para o nosso produtor é que faça bem feito. É uma safra que a gente não pode errar, como todas as outras, mas essa talvez mais, porque o nosso recurso captado, ele está caro”, alerta.
Pecuária e infraestrutura
Sobre a pecuária, Caminha demonstra otimismo, apesar da taxação de exportação por parte dos Estados Unidos, que não chegou a gerar um baque significativo. O mercado diplomático e a virada de ciclo estabilizam a situação, e os preços da arroba já voltaram aos patamares anteriores.
“Os Estados Unidos é um grande comprador. É um dos principais importadores nossos. Só que o mercado de carne ele é uma triangulação, vamos dizer assim. Se os Estados Unidos não for comprar da gente, ele vai comprar de alguém e que vai deixar de atender algum outro mercado que a gente vai trabalhar para atender. Então, acredito que devido a esses fatores, e pensando na questão de retenção de matrizes, na virada de ciclo, acabou estabilizando”.
Para o diretor da Aprosoja-MS, o estado está em um momento de desenvolvimento interessante, com a agroindustrialização e a chegada de usinas de etanol. Ele credita essa evolução a “gestores que pensaram realmente o estado”, como os governadores Reinaldo Azambuja e Eduardo Riedel, que investiram em infraestrutura e logística.
“O estado criou condições para chamar a indústria e transformar as cidades”, conclui. “O agro estando bem, a cidade vai bem”.
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Fonte: canalrural