O cargueiro militar russo Ilyushin IL-76TD pousou na tarde desta quinta-feira, 14, no Aeroporto de Caracas, na Venezuela, depois de permanecer três dias em Brasília. A aeronave pertence à companhia Aviacon Zitotrans, sancionada pelos Estados Unidos desde 2023 sob acusação de transportar armas e equipamentos militares para o governo venezuelano.
Segundo registros de rastreamento de voo, o IL-76 decolou de Brasília na noite de quarta-feira, 13, fez escala em Santa Cruz, na Bolívia, e seguiu para Bogotá, na Colômbia. Depois de breve permanência, voou para Caracas, onde pousou por volta das 13h50.
A aeronave integra uma frota de cinco cargueiros da empresa. A companhia foi incluída pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros dos EUA na lista de sanções por transportar, em voos anteriores, peças para foguetes, drones de uso militar, insumos nucleares e outros equipamentos bélicos.
Investigações norte-americanas também evidenciam envolvimento da empresa em operações de transporte para o regime comunista da Coreia do Norte e apoio logístico ao , organização paramilitar russa alinhada ao governo Putin.
O IL-76 chegou a Brasília no último domingo, 10, vindo de Moscou, com escalas no Azerbaijão, na Argélia e na Guiné. A permanência no pátio da Base Aérea, isolado dos demais aviões, gerou questionamentos no Congresso Nacional.
Os senadores Marcio Bittar (União-AC) e (Novo-CE) apresentaram requerimentos ao Ministério da Defesa e ao Itamaraty em busca de informações sobre a autorização, o objetivo da missão, a carga transportada e a identidade dos tripulantes.

A Força Aérea Brasileira declarou que não divulga o conteúdo transportado, por se tratar de informação restrita ao operador do voo. “Nosso trabalho é controlar o espaço aéreo, não a carga”, afirmou um integrante da cúpula da FAB. O Itamaraty informou que não há ilegalidade na aterrissagem, uma vez que as sanções impostas pelos EUA não têm efeito jurídico no Brasil.
Ainda não há confirmação do próximo destino da aeronave, mas voos anteriores de cargueiros de bandeira russa na região sugerem possíveis rotas para Cuba ou retorno a Moscou. Até o momento, nenhuma autoridade brasileira ou venezuelana divulgou informações adicionais sobre a operação.
Fonte: revistaoeste