O embaixador dos Estados Unidos (EUA) em Israel, Mike Huckabee, criticou o Reino Unido e a França por reconhecerem um Estado Palestino. As críticas foram feitas em entrevista ao The Times of Israel, nesta quarta-feira, 13. Segundo Huckabee, ao tomarem essa decisão, os países se alinham aos adversários de Israel.
Huckabee defendeu as ações de Israel na Faixa de Gaza e, alinhando-se ao governo israelense, refutou críticas e alegações de que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu estaria prolongando a guerra. Ele também desconsiderou relatos de um alto número de mortes em locais de ajuda humanitária.
O embaixador questionou a motivação de nações ocidentais que, em sua visão, compartilham os mesmos valores de Israel, mas se distanciam de seu aliado durante um conflito. “Se você tem um desacordo com eles, você o leva a eles discretamente”, destacou Huckabee, que, entre 1996 e 2007, foi governador do Arkansas, Estado onde nasceu.
Ele, também pastor de uma igreja batista, completou com uma análise sobre os prejuízos de uma discordância pública:
“Você não os envergonha em um fórum público. Você não se une e auxilia e encoraja seus adversários jurados, aqueles que estão tentando matá-los, que literalmente estão tentando matá-los.”
, nomeado em novembro, logo depois da eleição do presidente Donald Trump, refutou a ideia de que Israel teria dado ao Hamas uma arma de propaganda ao suspender a entrada de ajuda humanitária por 11 semanas.
Ele alegou que o Hamas roubou a ajuda que já havia sido enviada. “Quando na história do mundo um país que foi atacado foi responsabilizado pela alimentação do país que o atacou?”
Sobre as mortes de civis em Gaza, Huckabee negou relatos de grande número de óbitos próximos aos locais de distribuição de ajuda, classificando-os como “100% fabricados”.
Ele declarou que algumas mortes foram causadas pelo Hamas, que se opunha à Fundação Humanitária de Gaza (GHF) por considerá-la um obstáculo para seus negócios.
O embaixador admitiu que soldados israelenses podem ter atirado em pessoas durante o controle de multidões, depois de avisos verbais e tiros de advertência.
Huckabee reiterou a posição de Trump, de que o Hamas não pode permanecer no poder em Gaza. Ele comparou a situação com a de deixar os nazistas no comando da Alemanha após a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945)
“Deixá-los lá, deixá-los ter um papel em seu futuro, é como deixar nazistas na Alemanha e dizer ‘Sim, você pode continuar e talvez governar o lugar’.”
Embaixador dos EUA revela preocupação com o antissemitismo
Huckabee manifestou preocupação com o aumento do antissemitismo, que ele não associa apenas à guerra em Gaza, mas a uma tendência da “esquerda global” de demonizar Israel. “Os judeus têm sido caçados e odiados por milênios. É um ódio irracional.”
Durante suas visitas à região, o embaixador relatou conversas com palestinos que, segundo ele, expressaram ódio ao Hamas e à Autoridade Palestina (AP).
Todos os palestinos com quem falou teriam tido familiares assassinados pelo Hamas. Huckabee também destacou como positivo o voto da Liga Árabe pela desmilitarização do Hamas e pela libertação de todos os reféns.
Na conclusão, Huckabee ressaltou a importância de não esquecer os eventos de 7 de outubro de 2023. Ele descreveu sua visita ao kibutz Kfar Aza, onde testemunhou o horror e a destruição:
“Houve coisas que aconteceram, como todos nós sabemos”, ressaltou o embaixador, que prosseguiu.
“Horrores indescritíveis. Foi ruim o suficiente que eles mataram pessoas, mas eles massacraram pessoas e depois as mutilaram, para adicionar insulto à injúria, e infligiram a elas não apenas dor física, mas o mais profundo nível de horrores emocionais e espirituais e humilhantes que eles poderiam fazer. Fizeram-no intencionalmente e com alegria.”
Fonte: revistaoeste