Localizada em um ponto quase equidistante entre Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo – as três capitais se situam entre 320 km e 380 km de distância – a pequena Baependi mistura o turismo religioso com uma ampla variedade de cachoeiras para os fãs da natureza.
Com menos de 20 mil habitantes, o município é um dos destinos que abraçam o Parque Estadual Serra do Papagaio, além de integrar o Circuito das Águas mineiro. O que falta em tamanho é compensado em atrações, pelas mais de 50 cachoeiras e pelas romarias dos devotos da Nhá Chica, a “santinha de Baependi”, que foi beatificada pelo Vaticano e é celebrada em vários pontos da cidade, que também é povoada de igrejas históricas.
Turismo religioso por Baependi
Para quem busca a cidade pela “santinha”, a primeira parada só pode ser o Santuário de Nossa Senhora da Conceição, que abriga a imagem de Nhá Chica. No cânone católico, ela ainda não é santa (apesar do clamor popular), mas é considerada uma beata desde 2013. Descendente de escravizados, Francisca de Paula de Jesus nasceu em São João del Rei mas passou a maior parte da vida, até a morte, em Baependi, onde ganhou a alcunha.
A própria casa de Nhá Chica pode ser visitada, no centro da cidade, das 8h às 18h. Ali, é possível testemunhar a vida simples que ela levava: móveis básicos, dois quartos, sala e cozinha, com banheiro exterior, além de objetos de uso pessoal.
Nhá Chica também tem um memorial em sua homenagem, inaugurado em 2005, junto ao santuário. A exposição, que pode ser guiada ou não, abriga uma seleção de objetos relacionados a Francisca, contando sua trajetória do nascimento, em 1805, à adoração em tempos atuais.
Para além disso, Baependi guarda outras pequenas igrejas. Uma das mais antigas, a Matriz de Nossa Senhora do Mont Serrat, foi construída em 1854 e fica na praça central da cidade. Tombada pelo IPHAN, tem a parte interna totalmente ornamentada.
Há também outras opções mais simples, rústicas e de ambiente mais pacato, como a Igreja do Rosário, também no centro da cidade, com dois painéis em óleo sobre tela com cenas bíblicas, sendo usada para a encenação tradicional da Paixão de Cristo.
Mesmo que a intenção não seja visitar a cidade pelo turismo ou peregrinação religiosa, Baependi ainda oferece opções: o Museu da Fazenda Roseta, na Zona Rural, expõe diversas ferramentas, utensílios e maquinários antigos. Já a Casa da Cultura, no centro, retrata as artes e culturas variadas da cidade.
As cachoeiras e trilhas de Baependi
O município, por si só, é um ponto interessante para ecoturismo: sozinho, abriga 40% do Parque Estadual Serra do Papagaio, famoso pelas trilhas e paisagens que incluem o Pico do Garrafão, seu ponto culminante.
Na região, um dos destaques para quem busca águas é a cachoeira Juju, também no parque. Ela possui vários declives e a trajetória percorre todo percurso até o topo, acompanhando o curso d’água por 8 km, resultando em uma vista que abrange a queda da água do rio Piracicaba.
A Cachoeira do Caldeirão, um dos cartões postais da cidade, tem 6 metros de altura e um grande poço com tons esverdeados.
À volta, fica o cânion do Cavalo Baio, ideal para quem busca uma pitada a mais de adrenalina na viagem – ali também fica a cachoeira homônima, considerada a quarta maior do país, com 215 metros de altura.
Para acessar a cachoeira do Cavalo Baio é indispensável a presença de um guia, e o mergulho só é recomendado para nadadores experientes, já que a profundidade chega aos 20 metros.
Fora das dependências do parque, outra opção é a cachoeira da Itaúna, com pedras que formam um “escorregador” natural. O local possui estacionamento, uma boa pedida para famílias, além de um bar no entorno e restaurante próximo. São 20 km da região central de Baependi.
Fonte: viagemeturismo
