– A Justiça de Mato Grosso decidiu manter o uso de tornozeleira eletrônica contra Luiz Fernando da Silva Oliveira, conhecido como “Faixa Preta”, e Tayrone Júnior Fernandes de Souza, investigados por ligação com o tesoureiro do Comando Vermelho no estado, Paulo Witer Farias Paelo, o W.T. A decisão é da juíza Alethea Assunção Santos, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, proferida na última sexta-feira (8).
Segundo as investigações da Operação Apito Final, da Polícia Civil, Luiz Fernando era um dos homens de confiança de W.T. e teria movimentado mais de R$ 3 milhões para a facção. Os dois réus respondem por suspeita de integrar organização criminosa voltada ao tráfico de drogas e à lavagem de dinheiro.
A defesa havia solicitado a retirada das tornozeleiras, mas o pedido foi rejeitado. A magistrada destacou que o parecer do Ministério Público considerou a medida “razoável e proporcional”, visando preservar a ordem pública diante da gravidade dos crimes imputados.
No despacho, Alethea Assunção citou que a facção buscaria instaurar um “Estado paralelo” e que a monitoração deve ser mantida por, pelo menos, mais seis meses, até que haja esclarecimento sobre a participação ou não dos acusados nas ações criminosas.
W.T., apontado como braço direito de Sandro Louco — chefe do Comando Vermelho condenado a mais de 215 anos de prisão —, foi preso em Maceió (AL) em 2024. As investigações revelaram que ele utilizava o time de futebol amador “Amigos do WT” para lavar dinheiro da facção.
A Operação Apito Final cumpriu 25 mandados de prisão e 29 de busca e apreensão, bloqueou 25 contas bancárias e determinou o sequestro de 45 veículos e a indisponibilidade de 33 imóveis, em um esquema estimado em R$ 65 milhões. De acordo com a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), amigos, familiares e advogados eram usados como “laranjas” para aquisição e negociação de bens.
Fonte: odocumento