O financiamento às ações de mitigação dos efeitos colaterais provocados pelas mudanças climáticas é o principal tema em discussão na COP27, que ocorre no Egito. Em balanço parcial dos trabalhos, o embaixador Paulino Franco de Carvalho, chefe da delegação brasileira de negociadores, confirmou nesta quinta-feira (17) que o avanço nessa questão é o principal desafio desta edição da conferência, que reúne mais de 190 países.
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Paulino explica que é preciso dar meios e condições de implementação das metas redução das emissões, em especial das contribuições nacionalmente determinadas (NDCs). Ele lembrou que na COP26, que foi realizada em Glasgow (Escócia) no ano passado, o Brasil se comprometeu em reduzir as emissões em 50% até 2030. “É uma meta ambiciosa, para toda a economia brasileira, para todos os setores, e temos que fazer com isso aconteça.”
“É uma responsabilidade, um compromisso dos países desenvolvidos” — Paulino Franco de Carvalho
Cabe a cada país encontrar os caminhos para que levem à mitigação. O embaixador brasileiro destaca, no entanto, que essa também é uma obrigação dos países desenvolvidos, conforme previsto no texto da Convenção da Mudança do Clima e do Acordo de Paris, que é um subproduto da convenção. “É uma responsabilidade, um compromisso dos países desenvolvidos.” Sobre os resultados conquistados até o momento, Paulino explica que eles são parciais e lentos. Para ele, a evolução depende sempre de uma negociação permanente.
Mais discussão sobre financiamento na COP27
Sobre financiamento, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva disse, na quarta-feira (16), em pronunciamento na COP27, que vai cobrar dos países desenvolvidos o que foi prometido na COP15, realizada em 2009 em Copenhague (Dinamarca). Na ocasião, a comunidade internacional dos países tidos como ricos se comprometeu a destinar US$ 100 bilhões de dólares por ano para ações de mitigação das mudanças climatéricas no países mais pobres, entre 2020 e 2025. Segundo Lula, “isso é triste, mas não aconteceu”.
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Fonte: canalrural