Apesar de avanços na inclusão, autores com deficiência ainda enfrentam obstáculos significativos para conquistar espaço no mercado editorial e em eventos literários no Brasil. A escritora e pesquisadora Amanda Soares, criadora do projeto PCD Perigosa, afirma que o maior desafio é reconhecer a pessoa com deficiência como produtora de conteúdo cultural.
Para Amanda, a literatura é fundamental para preservar memórias e registrar perspectivas únicas, mas as narrativas produzidas por esse grupo continuam pouco acessíveis. Ela destaca que a presença física em feiras e festivais, como a Festa Literária Internacional do Pelourinho (Flipelô), é essencial para fortalecer a conexão entre autores e leitores. No entanto, questões financeiras e estruturais ainda limitam a participação.
O Ministério da Cultura e a Universidade Federal da Bahia realizam o Mapeamento Acessa Mais, que identifica artistas e profissionais que atuam com acessibilidade cultural. O objetivo é criar políticas públicas que ampliem o acesso e a visibilidade desses escritores. Amanda defende que iniciativas como essa devem ir além de cotas, abrangendo estratégias para garantir que todos consigam acessar efetivamente essas oportunidades.
A Flipelô encerra sua programação neste domingo, reunindo autores de diferentes contextos no centro histórico de Salvador.
Fonte: cenariomt