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Ministros votam a favor da presença de crianças na Parada LGBT; julgamento é interrompido

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O (STF) interrompeu, na última sexta-feira, 8, a análise da validade de uma lei do Amazonas que proíbe a participação de crianças em parada gay, diante do pedido de vista do ministro Nunes Marques. O placar parcial indica quatro votos pela inconstitucionalidade da norma, .

Votaram nesse sentido os ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso. O julgamento, iniciado em 1º de agosto, em sessão virtual, depende apenas de mais um voto para alcançar maioria para derrubar a lei estadual. Assim, normas semelhantes em outros Estados poderiam ser facilmente anuladas pelo STF.

A legislação amazonense, aprovada em 2023, determina que pais, responsáveis e organizadores de paradas impeçam a presença de menores, sob pena de multa de até R$ 10 mil por hora de exposição considerada imprópria. O texto menciona riscos ligados à nudez e manifestações eróticas nesses eventos.

O bloco, na parada gay, carregava cartazes com o dizeres: ‘crianças trans existem’
Bloco Lgbt Na Avenida Paulista Carrega Cartazes Com O Dizeres: ‘Crianças Trans Existem’ | Foto: Reprodução/Redes Sociais

Com base no Estatuto da Criança e do Adolescente, a lei prevê punições para quem expuser crianças a material sexual. A participação de menores em paradas só é permitida mediante autorização judicial prévia.

“Crianças e adolescentes, por serem pessoas de formação, demandam por parte da família, da sociedade e do Estado cuidado com a exposição precoce a sexualidade, nudez e músicas e vídeos inapropriados”, afirma a Assembleia Legislativa do Amazonas. “Esta preocupação é destacada na Constituição da República de 1988 e no Estatuto da Criança e do Adolescente.”

Gilmar Mendes classificou a lei amazonense como instrumento de reforço a estigmas e exclusão social. “Proibir a ida de crianças e adolescentes à Parada do Orgulho LGBTQIAPN+ significa, em uma medida substancial, vedar o próprio pluralismo que orienta nosso texto constitucional, pois impede o contato e o convívio com o diferente.”

Os grupos Aliança Nacional LGBTI+, Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas e o Partido Democrático Trabalhista (PDT) apresentaram o questionamento ao STF. As entidades alegam que a lei promove discriminação contra jovens que não seguem padrões tradicionais e seria um exemplo de preconceito velado.

“Ainda que eventualmente ocorram atos isolados que possam ser considerados incompatíveis com o pudor público, são atos isolados e que não podem ser generalizados a toda a manifestação”, afirmou o PDT, a respeito de manifestações eróticas e de nudez.

A Advocacia-Geral da União, vinculada ao governo Lula, manifestou apoio à derrubada da lei em parecer enviado em fevereiro do ano passado. O órgão argumentou que apenas o governo federal pode legislar sobre o tema.

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Homem Faz Dança Sensual Para Crianças, Durante Parada Gay Nos Estados Unidos – 25/6/2023 | Foto: Reprodução/Twitter

. Ele afirma que manifestações de sensualidade e erotismo são esperadas em parada gay e que tais temas são próprios do universo adulto.

Gonet mencionou normas do Ministério da Justiça que desaconselham conteúdos sexuais a menores de 18 anos e consideram danças eróticas inadequadas para menores de 14 anos.

“A participação ativa de menores nessas reuniões torna crianças e adolescentes partes integrantes da manifestação, cercadas por adultos que reivindicam e expressam mensagens sobre orientação sexual, num quadro em que o exercício da plena autonomia do sujeito ainda depende de mais amadurecido desenvolvimento psicossocial”, diz o parecer da PGR.

Fonte: revistaoeste

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