Um dos passeios mais charmosos do Rio de Janeiro, os Bondes de Santa Teresa viraram um símbolo do bairro conhecido pela boemia e um verdadeiro patrimônio da cidade.
Além de ser um dos serviços de transporte público mais antigos ainda em operação no país, com o tempo eles se tornaram uma atração turística por si só, percorrendo mais de 12 km de vistas icônicas no caminho entre a Estação Carioca e o ramais Dois Irmãos e Paula Mattos.
História do bondinho
Embora a versão atual do bondinho de Santa Teresa exista desde 1896, a subida do morro nesse tipo de transporte na realidade começou quase 25 anos mais cedo: na década de 1870, os primeiros bondes de tração animal passaram a operar na região, buscando tornar mais acessível o trajeto pelo “plano inclinado”, como era conhecida a subida íngreme.
Mas foi mesmo com a eletrificação do sistema que vieram as transformações mais famosas, que se mantêm como diferenciais do único bonde sobrevivente no Rio até os dias de hoje.
Em 1896, a operadora do trajeto na época conseguiu autorização para reapropriar o antigo Aqueduto da Carioca, mais conhecido como Arcos da Lapa, que já não era utilizado para sua função original: foi assim que o bondinho ganhou um de seus momentos cênicos que seguem atraindo os visitantes, ao passar por cima dos arcos.
Para viabilizar esse trajeto, o bonde também precisou usar uma bitola diferente do padrão desse tipo de transporte: uma distância mais estreita entre os trilhos para lidar com as limitações de tamanho do velho aqueduto.
Ao longo dos quase 130 anos de história, a existência do bondinho ficou ameaçada algumas vezes, sofrendo com a falta de manutenção e a perda de carros, mas, ao contrário de outras linhas similares pela cidade, resistiu. Reconhecido como um patrimônio único de Santa Teresa e da cidade como um todo, passou a ganhar investimentos para garantir a segurança das operações.
A última grande obra foi concluída em 2015, reativando os bondes após quase quatro anos de atividades suspensas em função de diferentes tragédias: em 2011, um turista francês morreu ao cair do bonde no topo dos Arcos, tentando tirar uma foto e, alguns meses mais tarde, houve um descarrilamento que vitimou seis pessoas. Após a reabertura, novas regras de lotação foram impostas para evitar que passageiros viajassem pendurados nos estribos.
Após mais de uma década desativado, o ramal Paula Mattos foi reinaugurado em janeiro de 2025. Este trecho conecta o Largo da Carioca ao Largo das Neves. Neste momento, está em fase de finalização as obras do ramal Silvestre, que vai permitir a integração do ramal Dois Irmãos com outro transporte turístico: o trem do Corcovado.
Como viajar no bondinho
Quando circula: em dias úteis, o bondinho opera das 8h às 18h30, no trajeto da Carioca até a estação Dois Irmãos. Aos sábados, domingos e feriados, a circulação é das 9h às 17h.
Mas vale ter atenção à demanda: o bonde parte a cada 20 minutos e está sujeito a lotação, comportando até 32 passageiros. Em dias muito concorridos, as vendas de bilhetes podem se encerrar antes mesmo das 16h.
Quanto custa: a passagem sai R$ 20, é vendida exclusivamente na Estação Carioca (no metrô use a saída B, República do Chile), e pode ser paga em dinheiro ou cartão. O ticket vale para ida e volta e permite reembarcar em qualquer sentido. Também há gratuidades para moradores previamente cadastrados, pessoas com mais de 65 anos, estudantes da rede pública uniformizados e crianças de até 5 anos, desde que viajem no colo do adulto responsável.
Alterações na frequência ou trajeto podem ocorrer em função de circunstâncias excepcionais, manutenção ou grande movimento.
Outras informações podem ser encontradas na página oficial do bondinho.
Fonte: viagemeturismo
