, Cristyan Costa desnuda a montagem do tribunal paralelo de Alexandre de Moraes, concebido única e exclusivamente para promover terrorismo de Estado contra o movimento político-cultural surgido em torno da figura de Jair Bolsonaro.
O modus operandi de Moraes deixa claro que o seu objetivo era a aniquilação completa desse movimento, e que o tratamento aviltante dispensado por ele e seus capangas aos presos políticos do 8 de janeiro visava a uma pedagogia do medo. A matéria de Costa não deixa margem para dúvida: o membro do não é de modo algum um juiz, mas um extremista político sem freios e sem escrúpulos, alguém disposto a destruir a vida de cidadãos inocentes, sobretudo os mais vulneráveis, em vista de sua meta.
No século 20, um antecessor notório de Moraes na perversão ideológica do direito foi , o presidente do Volksgerichtshof (“tribunal popular”) nazista, cuja toga vermelha tornou-se símbolo de uma Corte que já condenava antes de ouvir os réus. na mesma Edição da Revista , Freisler conduzia suas sessões com berros, escárnios e humilhações públicas, anulando qualquer possibilidade de defesa e transformando a Justiça em instrumento de terror estatal.
Moraes — que trocou o vermelho pelo negro — não precisou do grito escandaloso para exercer seu arbítrio. Sua voz, hoje, se faz ouvir nos despachos em CAIXA ALTA, pontuados por exclamações em série, como se o papel timbrado virara o púlpito de um tribunal de exceção. O ministro converteu-se na versão século 21 do carrasco togado, irascível e vingativo. E parece disposto a silenciar qualquer voz dissonante antes mesmo que esta se eleve.

A reportagem de Costa brinda-nos com relatos verdadeiramente repugnantes: um ambulante preso por expressar opiniões cinco anos antes, uma idosa detida por erro de identidade. Ambos foram mantidos atrás das grades até que laudos médicos e a resistência dos advogados lhes restituíssem (parcialmente) a liberdade.
Esse era o método da força-tarefa montada por Moraes a pretexto de combater a “desinformação” (leia-se, a informação verdadeira prejudicial ao seu projeto político). É a lógica clara de uma organização que converteu o Direito em arma de guerra política.
Fonte: revistaoeste