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Simpósio da Aprosoja MT discute Déficit de Armazenagem e Exigências Ambientais: Repercussões e Desafios

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Com mais de 600 participantes, o V Simpósio Técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), realizado nos dias 6 e 7 de agosto, reuniu produtores, empresas e especialistas para discutir dois dos principais gargalos do agronegócio mato-grossense: o déficit de armazenagem de grãos e as exigências ambientais impostas pelo mercado internacional.

Durante os dois dias de programação, os participantes acompanharam painéis técnicos e conheceram soluções em tecnologia, crédito e gestão voltadas ao setor.

Mato Grosso, maior produtor de grãos do país, tem capacidade de armazenar apenas metade da soja e do milho colhidos. A previsão é que o estado some nesta safra 2024/25 mais de 105,8 milhões de toneladas entre os dois grãos, conforme estimativa do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

O simpósio também ouviu a realidade enfrentada por produtores de diferentes regiões. “Querência e a região do Vale do Araguaia produz muito e falta armazém. Hoje é comum nos depararmos com montanhas de milho em torno de armazém, fazendas com silo bolsa e falta de crédito também com juros acessíveis”, relatou Valdair Hauenstein Granja, delegado do núcleo de Querência.

A limitação causa prejuízos diretos ao produtor e interfere no custo final dos alimentos. Para enfrentar o problema, a campanha “Armazém para Todos” foi integrada ao simpósio. “A própria unidade de beneficiamento paga o investimento ao longo prazo, mesmo com a taxa mais elevada de juros, ela se torna viável na propriedade”, afirmou Alberto Chiapinotto, delegado do núcleo de Jaciara.

Empresas como AGI, Kepler Weber, Sicredi e BTG Pactual apresentaram alternativas aos produtores. “Foi uma oportunidade muito boa, porque a entidade reuniu nesse evento um público que tem potencial para melhorar a produtividade tendo armazéns dentro da propriedade, onde ele pode ter autoridade e autonomia”, disse Fernando Caprioli, diretor de vendas e marketing da AGI.

Guilherme Vettorazzi, da Kepler Weber, destacou que a procura por projetos personalizados cresceu durante o evento. “Recebemos aqui, durante o evento, pequenos produtores interessados em projetos de armazenagem, alinhando um modelo, um layout dimensionado para a realidade da propriedade. Também existem outras possibilidades, como os produtores se juntarem e construírem um armazém em condomínio”.

Sustentabilidade e comércio internacional no centro dos debates

No painel sobre sustentabilidade, o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Daniel Vargas, defendeu que o Brasil precisa entender e negociar os critérios ambientais exigidos no comércio internacional. “Não podemos aceitar padrões importados sem questionar, as regras precisam se adaptar à nossa realidade tropical”, afirmou.

O vice-presidente da Aprosoja MT e coordenador da Comissão de Sustentabilidade, Luiz Pedro Bier, destacou a necessidade de apoio técnico e informação qualificada. “Falamos sobre sustentabilidade, sobre a importância de resolver gargalos como a armazenagem e trouxemos atendimento da SEMA em relação ao CAR. Também apresentamos o trabalho das comissões da Aprosoja MT e os dados gerados pelos nossos centros de pesquisa”, disse.

Na palestra de encerramento, o biólogo e comunicador Richard Rasmussen ressaltou o papel do produtor rural na preservação ambiental. “Reforço a importância que tem o produtor na sustentabilidade e na conservação do nosso país, que mantém suas reservas legais, as Áreas de Proteção Permanentes (APPs)”, afirmou.

A próxima edição do Simpósio Técnico está marcada para os dias 5 e 6 de agosto de 2026.

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Fonte: canalrural

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