Via @portalg1 | Integrantes do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, procuraram ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para apresentar um pacote polĂtico que incluĂa perdĂŁo polĂtico aos condenados do 8 de Janeiro e mudança no foro privilegiado. O chamado âpacote da pazâ previa que processos de autoridades, incluindo os de Bolsonaro, deixassem de começar diretamente no Supremo, passando antes por Tribunais Regionais Federais (TRFs) e depois pelo STJ, sĂł chegando ao STF ao final do percurso.
A demanda foi levada Ă Corte pelo lĂder do PL, SĂłstenes Cavalcante, pelo senador RogĂ©rio Marinho e pelo presidente do partido, Valdemar Costa Neto. Nos bastidores, eles repetem que a ideia Ă© tirar casos envolvendo parlamentares das mĂŁos do STF, em julgamentos futuros, e deslocar para instĂąncias inferiores.
A conversa, segundo o blog apurou, foi ruim.
âVocĂȘs estĂŁo vivendo num mundo fora do esquadroâ, reagiu um ministro a interlocutores.
Mesmo diante da reação negativa, as lideranças do PL afirmaram que nĂŁo vĂŁo recuar da proposta â e, segundo apuração do blog, deixaram isso claro Ă Corte.
Hoje, o foro privilegiado garante que crimes cometidos por autoridades â como presidente, parlamentares e ministros do STF â no exercĂcio do mandato sejam julgados diretamente por tribunais superiores. Pelo entendimento mais recente do Supremo, se o crime estiver ligado Ă função, o processo permanece no STF mesmo apĂłs o fim do mandato. Para aliados de Bolsonaro, mudar o foro abriria caminho para que açÔes comecem em instĂąncias inferiores, em um trajeto mais longo atĂ© a Corte.
A ofensiva do PL acontece apĂłs a prisĂŁo domiciliar de Bolsonaro, determinada na segunda-feira (4) pelo ministro Alexandre de Moraes. O ex-presidente estĂĄ proibido de receber visitas e teve celulares recolhidos.
A decisĂŁo foi tomada apĂłs mais um episĂłdio de descumprimento de medidas cautelares: no domingo (3), o senador FlĂĄvio Bolsonaro (PL-RJ) publicou um vĂdeo do pai em meio a manifestaçÔes, interpretado pelo Supremo como uma instigação contra a Corte.
Em entrevista ao EstĂșdio i, FlĂĄvio Bolsonaro assumiu ter publicado o vĂdeo e defendeu que o Congresso aprove uma anistia aos condenados do 8 de Janeiro como âgesto prĂĄticoâ para sinalizar Ă Casa Branca e tentar reduzir as sançÔes do tarifaço de Donald Trump.
Enquanto isso, o Congresso volta do recesso sob pressão dos aliados de Bolsonaro, que obstruem votaçÔes e cobram a inclusão do projeto de anistia na pauta. Presidentes da Cùmara e do Senado foram questionados pelo blog, mas ainda não se manifestaram.
Por Andréia Sadi
Fonte:Â @portalg1