Política

Vice-prefeita do interior de SP usa dinheiro público para pagar ‘amarração’

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O (TJ-SP) determinou, na última segunda-feira, 4, o afastamento imediato de Juliana Maria Teixeira da Costa, vice-prefeita de Ribeira, no interior do Estado, acusada de pagar uma “amarração” amorosa com dinheiro público. Além dela, também foi afastado o alvo do trabalho esotérico e coordenador da Saúde do município, Lauro Olegário da Silva Filho.

O TJSP também determinou a suspensão imediata dos contratos entre a Prefeitura de Ribeira, no interior de São Paulo, e a W. F. Da Silva Treinamentos Ltda. A decisão liminar, expedida na última sexta-feira, 1º, atende a um pedido do (MPSP), que acusa a empresa de intermediar o pagamento da “amarração”.

Segundo o MPSP, Juliana, também responsável pela Secretaria de Saúde do município, teria contratado um serviço chamado “casamento espiritual” para manter o relacionamento adúltero que tem com Lauro Olegário da Silva Filho. Ele ocupa o cargo de coordenador municipal de Saúde e é ex-funcionário da própria W. F. Da Silva Treinamentos.

TJ-SP suspende contratos da Prefeitura de Ribeira com empresa investigada por desvio de recursos para “casamento espiritual” da vice-prefeita
Mãe De Santo “Mentora Samantha” | Foto: Reprodução

O juiz Yuri Rodrigues Santos Santana Barberino, do Foro de Apiaí, determinou a suspensão da função pública de Juliana e Olegário da Silva Filho, o que lhes retira o direito a receber os salários pelos cargos que desempenhavam. Eles também não podem acessar nem frequentar nenhuma dependência da prefeitura, “sob pena de revogação do benefício e decretação de prisão preventiva”.

A dupla fica impedida ainda de ter contato com as testemunhas arroladas na denúncia oferecida pelo MPSP, bem como com servidores da área da saúde municipal e dos departamentos de compras, licitação e contratos e servidores da contabilidade e tesouraria do município.

As apurações mostram que a W. F. Da Silva Treinamentos recebeu R$ 41,2 mil da Prefeitura de Ribeira, valor repassado para uma vidente, identificada depois de o vereador Dirceu Benedito localizar comprovantes postados no perfil do Instagram “Mentora Samantha”, que prestou a “amarração”. O primeiro pagamento, de R$ 6 mil, estava em nome de Juliana, enquanto o segundo, de R$ 41,2 mil, foi emitido no nome da empresa.

Além de Juliana, o proprietário da empresa, William Felipe da Silva, e Lauro Olegário Da Silva Filho também foram denunciados pelo Ministério Público. O órgão aponta indícios de que a W. F. Da Silva Treinamentos estaria sendo usada para desvio de verbas da área da saúde, beneficiando o grupo envolvido no esquema fraudulento.

O MPSP ingressou com uma ação civil pública na terça-feira 30, com um pedido de anulação dos contratos administrativos entre a Prefeitura de Ribeira e a empresa, além do ressarcimento integral do valor repassado. Uma das provas utilizadas foi a publicação de um comprovante de pagamento de R$ 41,2 mil pela WF à mãe de santo em agosto de 2024, que demonstrou a triangulação dos recursos municipais.

A investigação revela que a prefeitura pagou o mesmo valor à empresa, supostamente por serviços médicos e laboratoriais, apenas 12 minutos depois da emissão da nota fiscal. Para o MPSP, o curto intervalo reforça a suspeita de uso indevido do dinheiro público, já que a quantia foi destinada a fins particulares, contrariando a finalidade contratual.

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Empresa Que Pagou “Amarração” Foi Usada Para Desvio De Verbas Da Área Da Saúde, Que Beneficiou Juliana E Outras Duas Pessoas | Foto: Reprodução

Com a decisão judicial, a W. F. Da Silva Treinamentos Ltda está impedida de firmar novos contratos com o município de Ribeira, além da suspensão dos acordos vigentes. O MPSP também pede condenação de todos os envolvidos por improbidade administrativa e aplicação de sanções à empresa. Ainda cabe recurso.

Durante a apuração, o MPSP identificou que a empresa também recebeu pagamentos duplicados referentes a médicos plantonistas, cuja contratação ocorria via WhatsApp, sem formalização contratual. O órgão destaca que, apesar dos altos valores recebidos, a sede da W. F. é uma pequena residência em , e a empresa não possui histórico de atuação na área da saúde, sugerindo que atua apenas como intermediária nos repasses.

Nas redes sociais, Juliana Teixeira manifestou repúdio ao que chamou de “ataques mentirosos, agressivos e caluniosos que têm sido direcionados à sua pessoa nos últimos dias”. Ela diz que as acusações são parte de “uma campanha articulada com o claro objetivo de manchar sua imagem pessoal e política, utilizando-se de falsas acusações e narrativas distorcidas que em nada condizem com a verdade dos fatos”.

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Prefeitura De Ribeira | Foto: Reprodução

Segundo a assessoria de imprensa dela, “de forma irresponsável e criminosa, a senhora Samantha tem propagado inverdades com a intenção clara de extorquir financeiramente a vice-prefeita Juliana Teixeira”.

A vice-prefeita de Ribeira afirma que todas as medidas judiciais já foram tomadas. Ela disse ter registrado boletim de ocorrência e que tanto os autores quanto todos que compartilharem as alegadas calúnias serão incluídos no processo judicial.

Fonte: revistaoeste

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