Ao longo do ano passado, 127 crianças indígenas morreram em Mato Grosso — número que representa um crescimento de 2,4% em relação a 2023, quando foram registrados 124 óbitos. Das vítimas, 66 eram meninos e 61 meninas.
O estado fica atrás apenas do Amazonas, que lidera com 274 mortes, e de Roraima, com 139. Juntos, os três estados concentram mais da metade dos óbitos registrados no país — cerca de 58,6% do total.
Entre as principais causas das mortes estão doenças que poderiam ser evitadas com assistência médica básica: gripe e pneumonia (103 casos), infecções intestinais e gastroenterites (64), além de desnutrição (43 registros).
Além da alta mortalidade infantil, Mato Grosso também aparece na terceira colocação no ranking nacional de mortes de indígenas por falta de atendimento médico. Em 2024, foram 11 casos confirmados, sendo 9 homens e 2 mulheres. O número foi obtido por meio da Lei de Acesso à Informação, com base em dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), das secretarias estaduais de saúde e da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).
O estado está empatado com o Amazonas nessa categoria. À frente aparecem o Acre, com 18 mortes, e o Pará, com 16.
O relatório destaca que os dados refletem não apenas a precariedade no acesso à saúde, mas também o abandono institucional sofrido por diversas comunidades indígenas, especialmente aquelas localizadas em áreas isoladas da Amazônia Legal.
Fonte: Olhar Direto