Economia

Taxação dos EUA impacta exportações brasileiras e postos de trabalho

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A taxação de 50% sobre produtos brasileiros que entrarem nos Estados Unidos gerou forte reação de representantes do setor empresarial e especialistas em economia e relações internacionais. A medida foi debatida no evento As Medidas do Governo Trump e os Efeitos para o Brasil, promovido pela FecomercioSP nesta sexta-feira (1º), em formato online.

Para a entidade, a decisão contraria os princípios do comércio global e compromete diretamente a geração de empregos, o crescimento econômico e a estabilidade das relações comerciais entre Brasil e EUA. “O enfraquecimento das relações comerciais entre os dois países compromete a disposição dos negócios para investir, agregar valor e ampliar sua presença no mercado internacional”, declarou a FecomercioSP.

O economista Otaviano Canuto, do Policy Center for the New South, estimou que, mesmo com exceções previstas, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil pode encolher cerca de 0,9% em um ano. Setores como carnes e frutas devem sentir os maiores impactos.

Já o sociólogo Thiago de Aragão, da consultoria Arko Advice, destacou que muitas empresas estão tentando se enquadrar nas regras de isenção da tarifa. Ele explicou que, se as negociações não forem bem-sucedidas nos próximos 30 a 45 dias, os setores excluídos podem ter que buscar novos mercados para escoar a produção.

Aragão apontou que a taxação faz parte de uma estratégia política de Donald Trump. Segundo ele, o ex-presidente costuma adotar medidas comerciais com o objetivo de pressionar parceiros internacionais, usando gatilhos políticos para gerar ansiedade e obter vantagens nas negociações.

O ex-embaixador Rubens Barbosa, presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice), defendeu a separação entre as questões diplomáticas e comerciais. Para ele, a influência de medidas políticas, como as sanções ao ministro do STF Alexandre de Moraes, está prejudicando as negociações.

Barbosa relatou que empresas brasileiras atuaram diretamente com suas parceiras americanas para pressionar o governo dos EUA, o que resultou em isenções que beneficiam parte significativa das exportações nacionais. No entanto, alertou que o governo brasileiro precisa reagir à escalada diplomática, que tem sido dominada por representantes da oposição em Washington.

Fonte: cenariomt

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