Com apoio do Sebrae/MT, famílias transformam fazendas em destinos de turismo rural
No Dia Internacional da Agricultura Familiar, conheça histórias de como sonhos antigos se realizam com trabalho e orientação adequada
25/07/2025 às 09:04 Atualização
25/07/2025 às 09:27
O desejo por uma vida melhor, o apego à terra e a vontade de compartilhar tradições vêm transformando propriedades rurais em verdadeiros destinos turísticos em Mato Grosso. No Dia Internacional da Agricultura Familiar, comemorado em 25 de julho, destacamos histórias que mostram como antigos sonhos podem se concretizar com esforço e apoio qualificado.
Duas propriedades — uma em Sinop (500 km de Cuiabá) e outra em Santo Antônio do Leverger (30 km da capital) — são exemplos de sucesso no turismo rural. Ambas uniram o valor da agricultura familiar à atividade turística, abrindo suas portas para visitantes que desejam vivenciar o cotidiano do campo. Atualmente, recebem pessoas de diversas regiões do estado e até de outros países.

A Fazenda da Família Masiero, em Sinop, atrai visitantes com seu tradicional café colonial, oferecido uma vez por mês. Nessa ocasião, também comercializam produtos artesanais e promovem visitas aos vinhedos. Já a Estância Maués, em Santo Antônio do Leverger, oferece hospedagem e um típico café da manhã pantaneiro, proporcionando ao visitante uma imersão no estilo de vida rural.

As duas propriedades receberam apoio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT) por meio de consultorias e treinamentos, fundamentais para o desenvolvimento como empreendimentos turísticos. Segundo Rafael Dinartte, analista técnico da instituição, o Sebrae vai além da técnica: ajuda a estruturar os espaços como negócios viáveis e sustentáveis. “O turismo rural cresce em Mato Grosso, e histórias como essas servem de inspiração. É possível empreender com identidade, afeto e bons resultados”, afirma.
Essas experiências demonstram que o turismo rural vai além da economia: preserva a cultura, valoriza os saberes do campo e promove desenvolvimento com sustentabilidade.
No Brasil, a agricultura familiar é responsável por 70% dos produtos que chegam à mesa dos brasileiros. Esse é um setor que ainda está em desenvolvimento no país. Segundo uma pesquisa divulgada pelo Ministério do Turismo, 73% das pessoas que buscam esse nicho querem o contato com a natureza e uma proximidade com a família produtora.
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Família Masiero: pioneirismo e tradição em Sinop
Pioneiros no turismo rural no norte do estado, a Família Masiero — formada por Nelson, Cecília, o filho Marcusi e a nora Valdirene — administra há 20 anos uma propriedade de seis hectares, a cerca de 25 km do centro de Sinop. O casal se mudou do interior de Santa Catarina para viver em Mato Grosso.

Segundo Cecília, a transformação começou quase por acaso, há pouco mais de três anos, após um ensaio fotográfico entre os parreirais. “Nossa filha Indianara sugeriu tirar algumas fotos para registrar o momento. Quando publicamos nas redes sociais, as pessoas começaram a pedir para conhecer o local. Assim nasceu a rota turística — um negócio rentável e bem-sucedido”, conta.
Hoje, quem gerencia a fazenda é Marcusi Masiero. Um dos principais atrativos é o café colonial típico italiano, oferecido mensalmente. “Além do café, vendemos produtos feitos na propriedade e conduzimos visitas aos mais de 500 pés de uva plantados. Não era algo planejado, mas com o tempo o projeto foi tomando forma, e o apoio do Sebrae foi essencial nesse processo”, relata.

A fazenda atrai visitantes de várias regiões e até de outros estados, recebendo cerca de 100 pessoas por mês — muitas delas retornam para novas experiências.
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Estância Maués: tranquilidade e conexão com o campo
Outro caso de sucesso é a Estância Maués, no município de Santo Antônio do Leverger, cidade com pouco mais de 15 mil habitantes. Administrada por Carlos Olsson e sua família, a propriedade oferece descanso e tranquilidade em meio à simplicidade rural. Além da produção leiteira, conta com pousada e café da manhã típico pantaneiro.

Carlos conta que a fazenda já existia há alguns anos, dedicada à produção de leite e derivados. Em 2014, após venderem a empresa que mantinham na capital, decidiram mudar-se para o campo em busca de uma vida mais tranquila. “Depois da Copa de 2014, enxergamos no interior uma nova oportunidade. Como a fazenda já era autossustentável, fizemos a mudança para viver longe da correria urbana”, relembra.
Com o tempo, perceberam a necessidade de interagir mais com outras pessoas. Foi então que, com orientação do Sebrae/MT, surgiu a ideia de estruturar uma pousada e investir no turismo rural. “Recebemos total apoio do Sebrae para viabilizar esse novo modelo de negócio”, afirma.
Atualmente, Carlos e a família se preparam para ampliar as atividades. “Estamos planejando transformar a pousada em um hotel fazenda. Queremos oferecer trilhas, passeios a cavalo, ordenha de vacas e outras vivências. Tudo isso contribuirá para aumentar a renda e fortalecer o empreendimento”, finaliza.
Fonte: Sebrae