Buzetti havia chamado o “03” — apelido dado por Bolsonaro ao filho Eduardo — de “moleque”, e Abílio, nesta semana, sugeriu que ela se mudasse ou concorresse a algum cargo em um estado do Nordeste, região historicamente conhecida como reduto eleitoral do Partido dos Trabalhadores (PT).
Em sua resposta, a senadora disse que há muitos nordestinos em Mato Grosso e que Abilio deveria respeitá-los.
“Ele falou inclusive dos nordestinos, que é uma coisa que ele não devia falar, porque os nordestinos ocuparam São Paulo, trabalharam e fizeram São Paulo. Tem muito nordestino aqui no Mato Grosso, ele devia respeitar. Mas eu falo assim, não quero responder a eles”, disse Buzetti em entrevista nesta sexta-feira (25).
Ela continuou e disse que deseja um novo projeto político para o Brasil que não seja o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o atual presidente, Lula (PT). Buzetti defendeu que o candidato da direita seja o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). “Chega de Lula e Bolsonaro”, disse.
“Eu defendo Tarcísio ser presidente do Brasil e vou defender até o último dia. Chega de Lula e Bolsonaro”, declarou a senadora.
As declarações reforçam a linha adotada por Buzetti desde o início da semana, quando ela chamou Eduardo de “moleque” e o responsabilizou diretamente pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de impor tornozeleira eletrônica ao ex-presidente Jair Bolsonaro. “A culpa de Bolsonaro estar de tornozeleira é desse moleque”, afirmou na terça-feira (22).
A crise se agravou após Eduardo admitir que participou de negociações com autoridades do governo Donald Trump sobre a aplicação de tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros. O deputado chegou a dizer que passou a apoiar a taxação após discordar inicialmente da medida. Para ele, a tarifa foi uma resposta à instabilidade institucional provocada pelo STF — a quem atribuiu a culpa pela crise diplomática. “Tanto que chamo de Tarifa-Moraes”, disse.
Fonte: Olhar Direto