SAÚDE

Brasil inaugura biofábrica com bactéria para combater a dengue: inovação no combate ao mosquito Aedes aegypti

2025 word1
Grupo do Whatsapp Cuiabá

Foi inaugurada no Paraná a maior biofábrica do mundo dedicada à criação do mosquito Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia, tecnologia que impede a propagação de vírus como dengue, chikungunya e zika.

Batizada de Wolbito do Brasil, a unidade é resultado da parceria entre o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e o World Mosquito Program (WMP). A instalação conta com 70 profissionais e tem capacidade de produção estimada em 100 milhões de ovos por semana.

Inicialmente, a produção será destinada exclusivamente ao Ministério da Saúde, que coordena a aplicação do método Wolbachia com base em dados de incidência de arboviroses.

O método, que não utiliza mosquitos transgênicos, já é testado no Brasil desde 2014, com liberações em bairros do Rio de Janeiro e Niterói. Desde então, foi expandido para cidades como Londrina, Foz do Iguaçu, Joinville, Petrolina, Belo Horizonte e Campo Grande. A fase de implantação ocorre em Presidente Prudente, Uberlândia e Natal.

Para o segundo semestre, estão previstas novas liberações em Balneário Camboriú, Blumenau, Joinville, Valparaíso de Goiás, Luziânia e Brasília. Nessas localidades, o processo de engajamento com a população já foi iniciado.

O Instituto de Biologia Molecular do Paraná, cofundador da biofábrica, surgiu da cooperação entre o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, presente na inauguração, a iniciativa coloca o Brasil na vanguarda mundial do uso dessa tecnologia.

Entenda o funcionamento

Presente em 14 países, o método consiste na liberação de Aedes aegypti infectados com a bactéria Wolbachia, que se reproduzem com a população local. A descendência herda a bactéria, reduzindo significativamente a capacidade de transmissão dos vírus aos humanos.

A Wolbachia é encontrada naturalmente em mais da metade das espécies de insetos do mundo, mas não no Aedes aegypti. Pesquisadores conseguiram infectar o mosquito com segurança em laboratório, criando uma população com vantagem reprodutiva sobre os não infectados.

Segundo estudos da Fiocruz, para cada real investido na tecnologia, o retorno pode variar de R$ 43,45 a R$ 549,13 em economia com medicamentos e tratamentos de saúde.

Fonte: cenariomt

Sobre o autor

Avatar de Redação

Redação

Estamos empenhados em estabelecer uma comunidade ativa e solidária que possa impulsionar mudanças positivas na sociedade.