Documentos oficiais do Banco Central revelam que as bases do Pix foram estabelecidas ainda em 2018, dois anos antes do lançamento oficial da ferramenta de pagamentos instantâneos. O marco ocorreu em 21 de dezembro daquele ano, quando um grupo de trabalho composto por 130 representantes de instituições financeiras, consultorias, escritórios de advocacia e membros do governo finalizou os fundamentos técnicos do sistema.
Apesar de ter sido lançado apenas em novembro de 2020, o Pix começou a ser debatido em 2016, após a posse de Ilan Goldfajn na presidência do BC. Naquele ano, ele apresentou a Agenda BC+, que tinha entre os pilares a modernização e ampliação da eficácia do sistema financeiro brasileiro.
Em paralelo, o Brasil participou de um estudo internacional promovido pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS), que avaliava os benefícios de sistemas de pagamentos instantâneos. O relatório, com apoio de 26 bancos centrais, reforçou a relevância da iniciativa.
Os primeiros avanços concretos ocorreram em 2018, com a criação do Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas (Lift) e do Grupo de Trabalho Pagamentos Instantâneos. Esses grupos consolidaram as diretrizes do Pix, analisando temas como segurança, velocidade nas transações e compensação entre instituições.
Antes de deixar o cargo, em dezembro de 2018, Goldfajn citou o desenvolvimento do novo sistema no relatório anual do BC, que incluiu um infográfico explicativo sobre o funcionamento da plataforma.
Em 2019, o Banco Central assumiu a administração do sistema e anunciou a centralização da base de dados, estratégia que, segundo a autarquia, garantiria ganhos de escala e eficiência.
O nome Pix foi divulgado apenas em fevereiro de 2020, sob a gestão de Roberto Campos Neto, que destacou o caráter acessível e seguro da ferramenta. Em outubro daquele ano, uma resolução garantiu a gratuidade do serviço para pessoas físicas e microempreendedores individuais, com exceções específicas.
Após uma fase de testes com parcela restrita da clientela, o sistema foi oficialmente ativado em 16 de novembro de 2020. Desde então, o crescimento tem sido exponencial: em junho de 2025, o Pix registrou R$ 2,866 trilhões em transações, número muito superior aos R$ 25,869 bilhões movimentados no mês de estreia. Até o momento, a ferramenta já movimentou cerca de R$ 65 trilhões, com a adesão de 936 instituições financeiras.
Fonte: cenariomt