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Conselheiro contesta valor do imóvel da Santa Casa, prevendo leilão abaixo do estimado

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Em meio às discussões sobre o futuro da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, o conselheiro presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), Sérgio Ricardo, expressou forte desacordo em relação ao valor atribuído ao imóvel da instituição, atualmente estimado em R$ 78 milhões. Para ele, o preço de mercado da propriedade é significativamente inferior, em torno de R$ 20 milhões.

 
O conselheiro justifica sua avaliação baseando-se na condição precária do prédio. Ele descreve o imóvel como tendo “parede caída, parede arrebentada, quintal cheio de mato”, enfatizando que quem comprar terá que adquirir “tudo” nessas condições.
 
“Aquele imóvel, sim, sou corretor de imóveis. Aquele imóvel não vale, não vale o que estão pedindo, não vale 70 milhões. Aquilo ali não vale 20 milhões. E outra coisa, o edital. O edital ele vai, ele é claro. Ali não pode vender partes. Quem comprar vai ter que comprar tudo”, salientou. 
 
Além disso, ele destaca a localização da Santa Casa no Centro Histórico de Cuiabá, uma área que, segundo ele, está “totalmente abandonada”, e que o imóvel, caso não continue como hospital, “tende a ser uma extensão do abandono”.
 
Diante dessa perspectiva, o conselheiro ofereceu uma sugestão aos credores: que se reúnam, compreendam o processo e façam um acordo financeiro para que todos recebam, pois, em sua opinião, “não adianta ficar esperando que aquele imóvel seja vendido por R$ 70 milhões de reais”.
 
Por se tratar de um prédio tombado como patrimônio histórico, a legislação prevê preferência de compra na seguinte ordem: União, Estado e Município. Ainda não há prazo definido para o lançamento do edital de venda, mas todas as condições e regras constarão no documento, que será publicado oportunamente.
 
O Governo do Estado assumiu as instalações da Santa Casa em maio de 2019, por meio de uma requisição administrativa e a estrutura passou a funcionar como unidade estadual de saúde.
 
Desde então, o Executivo estadual já repassou cerca de R$ 26 milhões pelo uso do prédio, valor utilizado para quitar parte dos salários atrasados e outras verbas devidas aos ex-empregados. Apesar disso, o montante não foi suficiente para liquidar integralmente a dívida trabalhista.
 
Atualmente, o Estado paga um aluguel mensal de pouco mais de R$ 461 mil pelo uso do prédio, valor referente a 2024. O valor da locação para 2025 ainda está em fase de definição.
 
A Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá fechou as portas em março de 2019, após enfrentar uma crise financeira que deixou centenas de empregados sem salários por cerca de sete meses. Agora, com a venda do imóvel, a Justiça do Trabalho busca viabilizar a quitação dos valores ainda pendentes.
 

 

Fonte: Olhar Direto

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