As ações da Embraer despencam nesta quinta-feira, 10, em reação dos investidores à . A fabricante de aeronaves pode ser a companhia mais afetada negativamente pela sobretaxa, prevista para entrar em vigor em agosto.
O mercado norte-americano respondeu por 59,5% da receita total da Embraer em 2024. A companhia exporta principalmente aeronaves E1 para companhias aéreas locais, além de finalizar a montagem de jatos executivos na Flórida, o que amplia o impacto potencial da tarifa.
Um dos principais efeitos da sobretaxa está na divisão de jatos executivos. Os modelos Praetor, que tem 55% a 60% de sua composição oriunda do Brasil, e Phenom, com 35% a 40%, são finalizados nos EUA, mas as peças enviadas do Brasil poderão sofrer a com a tarifa, o que aumentaria o custo de produção da própria Embraer.
Trump anunciou tarifa de 50% sobre produtos do Brasil para os EUA, válida a partir de 1º de agosto.
– O impacto direto para o Brasil é limitado: só 12% das exportações vão para os EUA, o que representa 1,7% do PIB.
– Setores mais expostos: aeronaves (Embraer),… pic.twitter.com/dffjPKd7a4— Gabriel Rech (@GRechMacro) July 10, 2025
Estima-se que 75% das vendas totais de jatos executivos da empresa sejam destinadas aos EUA.
O banco suíço estima que o impacto seja de aproximadamente US$ 70 milhões nos custos da empresa e queda de 13% no lucro líquido esperado para 2026, a cada aumento de 10 pontos porcentuais nas tarifas. A projeção considera justamente o impacto sobre a fabricação dos jatos.
Além do UBS, a corretora XP Investimentos e o banco norte-americano JP Morgan veem a Embraer como uma das companhias brasileiras mais prejudicadas pelo anúncio do presidente dos EUA, . As ações da Embraer registravam 4,09% de queda às 13h44, cotadas a R$ 75,01.
✈️🛫 Eu vou pro céu, não é possível. Tenho que explicar tudo.
Em relação a Embraer:
A Embraer praticamente não exporta aviões prontos para os USA, tem 3 fábricas lá.
Também sugiro pesquisar o que é drawback.
Embraer exporta dezenas de bilhões para o mundo, USA… pic.twitter.com/nO7QFTPH0h
— Truecaller (@Samuelsworld) July 10, 2025
O banco Goldman Sachs vê a Suzano como principal afetada negativamente pelas tarifas anunciadas por Trump. Em relatório divulgado na noite desta quarta-feira, o banco pontua que a fabricante de papel e celulose tem 19% da receita líquida proveniente do mercado norte-americano.
A parcela de clientes da Suzano nos EUA “é grande demais para ser redirecionada facilmente para outras regiões e demandaria esforço comercial e logístico significativo, assim como uma possível pressão de preço no processo”, diz o Goldman Sachs.
Caso a nova política tarifária entre realmente em vigor, o banco projeta que os clientes da Suzano nos EUA buscarão alternativas mais baratas em regiões com alíquotas mais baixas.
Fonte: revistaoeste