A maioria dos congressistas mato-grossenses que se manifestaram sobre o tema está alinhada ao bolsonarismo e responsabilizou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o STF pelas novas sanções econômicas. A avaliação predominante é de que Trump teria tomado a medida como forma de resposta à condução política e jurídica no país, que, segundo eles, estaria promovendo restrições às liberdades e perseguindo adversários políticos.
A deputada federal Coronel Fernanda (PL) afirmou que “Trump deu o recado e o Brasil ignorou alertas, perseguiu quem pensa diferente e tentou até calar os americanos”. Segundo ela, o país vive uma “ditadura disfarçada, que sufoca a liberdade e afasta aliados”.
O deputado federal José Medeiros (PL) também responsabilizou o atual governo e o STF pela decisão dos Estados Unidos. Em postagem nas redes sociais, escreveu: “UM DESASTRE desde janeiro de 2023! PRESEPADA EM CIMA DE PRESEPADA, do sujeito que está na Presidência da República e de alguns togados… ALERTAMOS QUE UM PAÍS SEM SEGURANÇA JURÍDICA não se sustenta! A CONTA CHEGOU”.
Na mesma linha, o deputado Rodrigo da Zaeli (PL) afirmou que a medida anunciada por Trump se deve à “perseguição que o Poder Judiciário faz contra a direita e Bolsonaro”. Segundo ele, o recado do ex-presidente norte-americano é claro: “parem de nos perseguir”.
Único senador de Mato Grosso a se manifestar, Wellington Fagundes (PL) adotou um tom mais institucional, alertando para os riscos econômicos da decisão. “Inclusive já nos reunimos para que o Congresso Nacional não tenha recesso parlamentar, porque a situação pode ser grave e isso precisa de um plantão diuturno”, declarou.
Em posição isolada entre os parlamentares do estado, o deputado federal Emanuelzinho (MDB) repudiou a medida de Trump e criticou aqueles que a comemoram. “Comemorar uma medida que ataca nosso próprio povo beira a maldade. Não precisa odiar o pres. Trump pra repudiar a medida, basta amar o Brasil e querer o bem da nossa nação”, publicou.
O aumento das tarifas foi interpretado por analistas como uma tentativa de Trump de influenciar diretamente a política interna brasileira em favor de Bolsonaro, aliado político que, segundo ele, estaria sendo vítima de perseguição judicial e política. O episódio reacende o debate sobre os limites da soberania e os impactos de interferências externas no cenário doméstico brasileiro.
Fonte: Olhar Direto