Uma pesquisa da Universidade Federal de RondonĂłpolis (UFR) revelou que o nĂșmero de pessoas que abandonam o tratamento contra a tuberculose aumentou cerca de 180% nos Ășltimos 15 anos em Mato Grosso. O estudo mostra ainda que a hansenĂase segue a mesma tendĂȘncia, com alta de quase 72% no mesmo perĂodo.
A professora e pesquisadora LetĂcia Silveira Goulart, responsĂĄvel pelo levantamento, analisou dados entre os anos de 2007 e 2022. Segundo ela, o abandono do tratamento da tuberculose foi de 4,87% para 13,68% em Mato Grosso. JĂĄ no caso da hansenĂase, o nĂșmero subiu de 7,96% para 13,62%.
âO abandono prejudica nĂŁo sĂł o tratamento individual, mas o controle da doença na população. A gente apresenta esses dados para os ĂłrgĂŁos de saĂșde como forma de contribuir para polĂticas pĂșblicas mais eficazes. Ă preciso pensar em medidas que garantam a permanĂȘncia dessas pessoas nos tratamentosâ, destacou LetĂcia.
Rondonópolis acima da média nacional
Em RondonĂłpolis, a situação Ă© ainda mais crĂtica. Em 2022, o Ăndice de abandono do tratamento da tuberculose chegou a 19,79%, enquanto o da hansenĂase foi de 14,52%. Ambos os percentuais estĂŁo acima da mĂ©dia nacional, o que reforça a necessidade de estratĂ©gias regionais mais efetivas para manter os pacientes em acompanhamento.
O médico Flåvio Reis explicou que o preconceito ainda é um dos principais fatores que afastam os pacientes do tratamento.
âTodo o tratamento Ă© feito pelo SUS, entĂŁo nenhum paciente paga por isso. A tubercolose e hansenĂase sĂŁo doenças curĂĄveisâ, explicou.
Segundo ele, a hansenĂase tambĂ©m tem cura e exige um acompanhamento especĂfico, com medicamentos acessĂveis.
Fonte: primeirapagina