SAÚDE

Fiocruz participou da descrição de 260 novas espécies: um marco científico dos últimos 10 anos

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A Fundação Oswaldo Cruz, instituição de pesquisa científica em biologia e saúde ligada ao Ministério da Saúde, participou da descrição de 260 novas espécies entre 2015 e 2024. Os pesquisadores da Fiocruz ajudaram a catalogar animais de todas as regiões do Brasil e de outros países do mundo.

As descobertas com participação de cientistas brasileiros envolvem 107 insetos da ordem Hemíptera (que inclui bichos como percevejos, cigarras e barbeiros) e 30 da ordem Díptera, que é caracterizada por um par de asas, como no caso dos mosquitos e das moscas. Até uma espécie de mamífero foi identificada.

Além dos insetos, os pesquisadores da Fiocruz também participaram da classificação de vários microrganismos, como bactérias e protozoários. Essas identificações são importantes não só para aumentar o conhecimento científico, mas também para fornecer dados essenciais para a vigilância e o controle de doenças, um dos principais focos da Fundação.

Na última década, os cientistas da Fiocruz participaram de identificações de espécies inéditas não só no Brasil, mas também em estudos internacionais na Argentina, México, Venezuela, Bolívia e Rússia.

Conheça algumas das espécies

Oswaldo Cruz era um médico sanitarista brasileiro que foi pioneiro no estudo de doenças tropicais. Quando ele assumiu o comando do Instituto Soroterápico Federal, em 1900, mudou o nome para Instituto Oswaldo Cruz e começou a coordenar a produção de soros e vacinas do Brasil.

Desde então, o instituto (que virou Fundação Oswaldo Cruz) ajudou a combater a peste, a varíola, a malária, a febre amarela e várias outras doenças no Brasil. Recentemente, a Fiocruz ajudou a combater a pandemia de Covid-19 no Brasil, produzindo a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca.

O trabalho de pesquisa e identificação de novas espécies faz parte de um esforço para proteger os brasileiros de doenças e possíveis contaminações. Em 2022, por exemplo, cientistas ligados à Fiocruz identificaram a espécie Panstrongylus noireaui, coletada na Bolívia.

Esse inseto, cuja foto ilustra esta notícia, pode ser um vetor do protozoário Trypanosoma cruzi, que causa a doença de Chagas. Conhecer a espécie é essencial para saber como se proteger dela.

Um rato-silvestre de Rondônia também faz parte da lista de espécies identificadas por pesquisadores da Fiocruz nos últimos 10 anos. O Oligoryzomys gri é o principal hospedeiro da variante de hantavírus encontrada no rio Mamoré.

Uma infecção com esse vírus pode causar doenças graves nos humanos, conhecidas como hantaviroses, que podem causar febre alta e até problemas pulmonares ou renais.

Em 2024, cientistas da Fiocruz e da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) participaram da identificação de sete novas espécies de parasitos de peixes. Nesse caso, os vermes encontrados não representam um risco à saúde dos humanos, mas uma infestação desses microrganismos pode causar perdas econômicas severas para as comunidades pesqueiras das regiões em que foram encontrados.

Os esforços taxonômicos, de descrição de novas espécies, são importantes para entender melhor a cadeia de transmissão dos patógenos entre animais e humanos. Conhecer as espécies é o primeiro passo para se proteger dos riscos que elas podem representar.

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Fonte: abril

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