O Ministério da Educação (MEC), em cooperação com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), lançou a Rede Nacional de Cursinhos Populares (CPOP). O projeto é uma iniciativa de apoio técnico e financeiro voltada para projetos educativos gratuitos que auxiliam estudantes de escolas públicas na preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e os vestibulares.
Segundo o MEC, com investimento inicial de R$ 24,8 milhões para o ciclo 2024-2025, a ação selecionará e financiará até 130 cursinhos populares em todas as regiões do país, beneficiando aproximadamente 5.200 estudantes. Até 2027, o valor total previsto para o programa é de R$ 99 milhões, alcançando aproximadamente 324 projetos em diversas regiões do país.
A chamada pública priorizou projetos com atuação em comunidades vulneráveis e sem apoio financeiro de entidades públicas ou privadas. Foram aceitas tanto iniciativas com CNPJ quanto projetos informais, inscritos por meio de instituições operadoras parceiras – cada uma autorizada a apoiar até dez propostas.
As atividades precisam cumprir uma carga mínima de 20 horas semanais, estar alinhadas às Diretrizes Curriculares do Ensino Médio e aos editais do Enem, além de incluir ações complementares voltadas à saúde, cidadania, combate ao racismo e discriminação contra pessoas com deficiência.
A seleção priorizou estudantes de baixa renda, egressos da escola pública, além de pessoas negras, indígenas, quilombolas e com deficiência. Além disso, levou em conta critérios proporcionais ao número de famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) por estado, considerando dados atualizados até março de 2025.
As cotas estaduais seguiram essa lógica, e os projetos foram classificados conforme sua pontuação no ranking geral. O saldo de vagas não preenchidas em alguma unidade federativa foi redistribuído entre os demais estados, respeitando os mesmos critérios.
Cada proposta aprovada contará com apoio técnico e financeiro durante sete meses, com repasse de até R$ 163,2 mil. O valor cobre a compra de materiais didáticos, a capacitação de professores e a concessão de auxílio financeiro direto aos estudantes. O auxílio de permanência será pago em seis parcelas de R$ 200 a um grupo de 20 a 40 participantes por projeto, com repasses feitos diretamente aos estudantes pelas instituições responsáveis.
Assim, a ideia é garantir maior equidade no processo seletivo e oferecer melhores condições de estudo aos alunos da rede pública. Ademais, o programa também busca retomar o interesse dos jovens brasileiros pelo Enem, que apresentou crescimento em 2023, após quedas consecutivas nos anos anteriores.
A CPOP também visa criar um modelo de apoio mais estruturado para iniciativas que já atuam nas comunidades, muitas vezes com recursos escassos e de forma voluntária.
Materiais básicos
Entre os desafios enfrentados por cursinhos populares está o acesso a itens básicos de infraestrutura. Algo aparentemente simples, como uma impressora, pode fazer grande diferença no dia a dia. A possibilidade de imprimir materiais didáticos facilita o aprendizado, especialmente em regiões com baixa conectividade ou acesso limitado a dispositivos digitais, onde o material físico ainda é uma ferramenta essencial.
Porém, muitos projetos operam com estruturas modestas, em espaços cedidos por associações de bairro ou igrejas, e precisam imprimir apostilas, provas simuladas e materiais de apoio com recursos limitados.
A ausência desses recursos pode limitar o aproveitamento dos estudantes e comprometer a qualidade das atividades pedagógicas. Então, com o apoio financeiro previsto na CPOP, a expectativa é de que os cursinhos possam ampliar sua estrutura e melhorar o suporte didático oferecido aos estudantes.
Fonte: gazetamt