Em entrevista ao canal CNN Brasil nesta terça-feira (15), o governador Mauro Mendes falou sobre a participação de Mato Grosso na 27ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 27), em Sharm El Sheik, no Egito. Mendes falou sobre a carta que os governadores da Amazônia Legal vão entregar nesta quarta (16) ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e que pede um posicionamento mais forte do governo diante dos países, que encaram o Brasil como o “patinho feio” ou “bode expiatório” em relação ao aquecimento global.
“Esta carta deve trazer princípios, conceitos, mas acima de tudo fazer um posicionamento que o Brasil precisa se fazer respeitar mais. Não podemos aceitar que eles fiquem nos colocando como patinho feio, como bode expiatório nessa discussão do aquecimento global quando os países ricos, ao longo destas últimas COPs assumiram o compromisso, primeiro, pagar por serviços ambientais que não estão pagando e, segundo, fazer a redução de suas emissões de carbono que muito pouco foi feito dentro daqueles compromissos que eles assumiram”, explicou.
“Então, estamos construindo esta carta, mas ela vem nessa direção de fazer um posicionamento e que deve refletir um consenso dos nove governadores, que representam a Amazônia brasileira. Nesse momento, nós estamos, os governadores da Amazonia, estamos dialogando, além de nós que aqui estamos, alguns não puderam estar aqui, teremos que passar a eles estas informações e criar um processo daquilo que vamos falar ao próximo presidente do nosso País”, complementou Mauro Mendes.
Na entrevista, Mauro Mendes reforçou ainda que o Mato Grosso é o maior produtor de alimentos do Brasil e ainda preserva 62% do território, em conformidade com a legislação ambiental, que talvez seja a mais restritiva do planeta, que estabelece que 80% da área deve ser preservada. Ele também explicou porque discorda do entendimento defendido por Lula, que é o desmatamento zero na Amazônia. O governador disse que está em vigor no País o Código Florestal Brasileiro, talvez uma das leis ambientais mais restritivas do mundo, e que estabelece que apenas 20% da área de uma propriedade pode ser usada e que 80% deve ser preservada.
“Essa lei brasileira precisa ser respeitada, ela já é a mais restritiva do mundo provavelmente. Então, o que eu tenho dito é isso, não podemos falar em desmatamento zero porque senão estaríamos abrindo mão destes 20 por cento. O que eu faço no meu Estado, e devemos fazer no Brasil, é combater o desmatamento ilegal. Se alguém está fazendo fora do que permite a legislação, nós temos que aplicar no rigor da lei todas as sanções previstas. Por isso que eu disse e repito, que nem eu e ninguém pode defender algo que seja diferente do que está na lei. Você pode defender a mudança da lei, mas não defender ao arrepio da nossa legislação”, afirmou.
Veja na íntegra a entrevista do governador Mauro Mendes:
Fonte: esportesenoticias