A Justiça Eleitoral de Mato Grosso cassou os mandatos do prefeito de Brasnorte, a 587 km de Cuiabá, Edelo Ferrari (União Brasil), da vice-prefeita Roseli Gonçalves e do vereador Gilmar Celso Gonçalves por abuso de poder econômico nas eleições de 2024. A decisão, proferida nesta terça-feira (2) pelo juiz Romeu da Cunha Gomes, da 56ª Zona Eleitoral, também declarou a inelegibilidade de outros quatro envolvidos e determinou a realização de novas eleições no município.
De acordo com a sentença, os políticos foram beneficiados por esquema ilegal de compra de votos por meio de distribuição de frangos congelados, combustíveis, além de transferência irregular de domicílio eleitoral e transporte de eleitores da comunidade indígena Enawenê-Nawê nas eleições de 2024.
As investigações apontam que o transporte dos eleitores foi financiado pelos filhos do vereador Gilmar Gonçalves, Alexandre e Júnior Augusto Gonçalves, em 2023. A operação, no entanto, foi interceptada pelo Exército, que descobriu ônibus fretados por Rogério Gonçalves, servidor da prefeitura.
Entre as provas apresentadas estão depoimentos e a quebra do sigilo bancário de Rogério, que revelou movimentações superiores a R$ 200 mil em transferências para os indígenas e para a empresa responsável pelo transporte.
A defesa de Edelo e Roseli sustentou a “total ausência de provas que demonstrem a prática de captação ilícita de sufrágio ou abuso de poder econômico”, argumentando que os fatos narrados seriam baseados em meras presunções e conjecturas. Além disso, argumenta que mesmo que fossem excluídos os votos dos eleitores indígenas mencionados, o resultado do pleito permaneceria inalterado.
Com a decisão, o Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso deverá convocar novas eleições para os cargos de prefeito e vice-prefeito em Brasnorte, além de recalcular os votos para vereador, devido à anulação da votação de Gilmar Gonçalves.
Fonte: odocumento