A Dívida Pública Federal avançou 0,71% em maio e chegou a R$ 7,67 trilhões, de acordo com o Tesouro Nacional. O aumento foi influenciado pela apropriação de R$ 75,86 bilhões em juros, mecanismo que reconhece mensalmente a correção dos títulos. Mesmo com o avanço, o valor permanece abaixo das projeções do Plano Anual de Financiamento (PAF), que prevê entre R$ 8,1 trilhões e R$ 8,5 trilhões até o fim de 2025.
No segmento interno, a Dívida Pública Mobiliária cresceu 0,7%, totalizando R$ 7,361 trilhões, apesar dos resgates líquidos de R$ 25,03 bilhões em títulos, especialmente os indexados à inflação. A emissão bruta em maio foi de R$ 108,5 bilhões, enquanto os resgates somaram R$ 183,52 bilhões.
Já a dívida externa subiu 0,99%, passando de R$ 306,13 bilhões para R$ 309,17 bilhões, impulsionada pela valorização do dólar.
O chamado “colchão” da dívida, reserva financeira para honrar vencimentos em momentos de pressão, caiu de R$ 904 bilhões em abril para R$ 861 bilhões em maio. Atualmente, essa reserva cobre cerca de 8,77 meses de vencimentos, com R$ 1,229 trilhão em compromissos previstos para os próximos 12 meses.
Houve mudanças na composição da dívida: a fatia de títulos corrigidos pela inflação recuou de 28,46% para 26,64%, enquanto os prefixados subiram de 20,23% para 21,1%. Os papéis atrelados à Selic aumentaram de 47,3% para 48,25%, refletindo o interesse dos investidores na taxa básica atualmente elevada. O peso da dívida vinculada ao câmbio manteve-se estável, passando de 4,01% para 4,02%.
O prazo médio da DPF aumentou de 4,17 para 4,20 anos, sinalizando maior confiança do mercado na capacidade do governo de refinanciar seus compromissos. As instituições financeiras seguem como os maiores detentores da dívida interna, com 30,1% de participação, seguidas por fundos de pensão (23,6%) e fundos de investimento (22,4%). A participação de investidores estrangeiros subiu levemente de 9,7% para 9,9%, mesmo diante de instabilidades no mercado global.
Fonte: cenariomt