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Agronegócio

Soja: por que a comercialização da safra é a mais lenta desde 2014?

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As vendas da safra 22/23 de soja atingiram pouco mais de 19% até o começo deste mês, ritmo mais lento desde 2014, de acordo com a consultoria Datagro. Em 2021, a comercialização estava em 28%, sendo que a média histórica é de 32% para o período.

Segundo o head de Grãos da empresa, Flávio França Júnior, mesmo com os valores médios altos pagos pela oleaginosa, o perfil de preço está longe do patamar recorde do início de 2022. Para ele, o segundo fator que explica a morosidade nos negócios são os custos de produção elevados da atual safra. “Se for somar os dois últimos anos, o aumento nos custos de produção chega perto de 100% e isso aperta as margens do produtor”, explica.

Assim, conforme ele, é justificável que a relação pouco favorável entre custo e receita leve os produtores a terem mais cautela nas vendas. “O terceiro fator é mais de natureza psicológica, política, que é a insegurança quanto à mudança de governo, que leva a uma insegurança quanto à questão econômica, cambial, de taxação do agro. Tem muito boato, muita espuma nesse mercado, o que deixa o produtor na defensiva”.

Para França Júnior, outro ingrediente que está por trás da decisão do produtor de segurar a sua soja é a instabilidade do clima causada pelo La Ninã, que traz reflexos no Centro-Sul do país.

Contratos futuros da soja e milho

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Para França Júnior, essa lentidão pode representar na época da colheita pressão de venda, ainda que não altere o contexto do preço atual e nem do mercado futuro.  Quanto ao milho segunda safra, a comercialização também se encontra em atraso em comparação à temporada passada e às anteriores, as dúvidas quanto ao clima também influem na cultura.

“Sobre a safra de inverno, que é a grande safra para o milho, também há preocupação sobre uma eventual lentidão no plantio e na colheita da soja. Vamos ter neste ano, provavelmente, uma janela de plantio de milho um pouco mais apertada do que foi no ano passado […]”, conta.

De acordo com ele, também há outro fator que causa insegurança. “No ano passado, o produtor de milho teve dificuldades, pois ele vendeu antecipado e teve complicações na entrega por algumas irregularidades de clima, então ele fica um pouco na defensiva nesta questão de vender antecipado”.

 

Fonte: canalrural

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