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SAÚDE

Descoberta de Predador Pré-Histórico com Três Olhos Surpreende Cientistas

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Analisando mais de 60 fósseis, pesquisadores conseguiram descrever um novo animal pré-histórico com características inusitadas. Mosura fentoni é o nome científico de uma traça do mar com três olhos que viveu há 506 milhões de anos e acabou de ser oficializada como uma nova espécie.

O animal pré-histórico de três olhos faz parte da ordem dos radiodontes, artrópodes extintos do período Cambriano (entre 538 milhões e 486 milhões de anos atrás). Esse grupo incluía alguns dos primeiros predadores grandes da Terra.

Em um estudo publicado no periódico Royal Society Open Science, os cientistas canadenses Joseph Moysiuk e Jean-Bernard Caron descrevem a nova espécie de radiodonte e revelam diferenças essenciais entre ela e outros animais da mesma ordem.

O nome que eles escolheram para o animal pré-histórico é uma homenagem à Mothra, a mariposa gigante dos filmes do Godzilla que lembra a espécie Mosura fentoni. Enquanto a Mothra é um monstro gigante, a Mosura tinha o tamanho de um dedo indicador.

Os espécimes em bom estado de preservação e o grande número de evidências fósseis ajudaram os pesquisadores a descobrir uma característica única dos Mosura fentoni entre os radiodontes: a presença de uma região corporal parecida com um abdômen dividida em 16 segmentos, com guelras na traseira.

Espécie única

O primeiro espécime de Mosura fentoni foi encontrado no começo do século 20 na Colúmbia Britânica, no Canadá. Desde então, cerca de 60 fósseis foram coletados pela equipe do Museu Real de Ontário entre 1975 e 2022, e, agora, eles finalmente foram estudados de forma sistemática.

Uma análise cuidadosa dos fósseis de Mosura fentoni pode ajudar a entender como aconteceu a evolução de alguns artrópodes modernos, como aranhas, insetos e caranguejos. Esse filo é tão diverso que, de acordo com algumas estimativas, os artrópodes representam mais de 80% de todas as espécies de animais vivos.

Nenhum outro radiodonte tinha uma estrutura anatômica parecida com essas traças do mar de três olhos, que tinham um tronco dividido em 16 segmentos com guelras na traseira. Alguns artrópodes modernos, como caranguejos-ferradura e piolhos-de-cobra, têm características parecidas.

Mas o abdômen diferentão, ótimo para capturar mais oxigênio, não foi herdado diretamente por esses primos artrópodes mais novos. Esse parece ser um caso de convergência evolutiva, quando uma estrutura parecida evolui de forma independente em grupos diferentes.

Apesar da similaridade nessa estrutura anatômica, dá para dizer que nenhum animal vivo hoje se parece muito com os Mosura fentoni. Alguns insetos e crustáceos hoje têm vários olhos, mas nenhuma espécie conhecida tem três, com um bem no meio do crânio.

Os espécimes de Mosura fentoni provavelmente nadavam de forma parecida com as arraias. As abas nas laterais do corpo ondulavam para cima e para baixo, como se os animais estivessem voando com asas na água. A boca do predador era cheia de fileiras de dentes afiados e duas presas saltavam para a frente de sua cabeça.

Não há evidências diretas do que a traça do mar comia, mas ele vivia junto de várias minhocas e crustáceos pequenos que poderiam compor um banquete. É provável que ele também virasse comida para radiodontes maiores.

Além disso, os cientistas também conseguiram identificar pedaços do sistema nervoso e digestivo dos animais, coisa raríssima de ser preservada em fósseis. A análise desses espécimes preservados mostra que, mesmo meio bilhão de anos atrás, os artrópodes já eram bem mais diversos do que se imaginava.

Fonte: abril

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