A judoca Shahana Hajiyeva, medalhista de ouro nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 na categoria até 48 kg, foi banida de forma vitalícia do esporte paralímpico. Exames recentes comprovaram que a do Azerbaijão tem visão normal, condição incompatível com a categoria para deficientes visuais.
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Lovely commentating by @NBCOlympics.. #name?#Paralympics #Judo #Tokyo2020 #Azerbaijan pic.twitter.com/sRcmudBsvC— Elaine Capogeannis (@FLIGHTofINQUIRY) August 27, 2021
A fraude foi descoberta durante reclassificação médica obrigatória para o Campeonato Mundial de Parajudô, organizado pela (IBSA), em Astana, no Cazaquistão. Médicos concluíram que Hajiyeva não atende aos critérios para competir com atletas com deficiência visual.
O Comitê Olímpico do Azerbaijão alegou mudanças recentes nas regras de classificação funcional. No entanto, segundo a imprensa europeia, Hajiyeva não apresentou documentação válida nas últimas reavaliações médicas.
A exclusão da atleta vale para todas as competições organizadas pela IBSA e pelo Comitê Paralímpico Internacional. Até o momento, a atleta não se pronunciou.
O caso ganhou repercussão depois de denúncias dos veículos Sportschau e Cadena SER. Os veículos apontaram possível favorecimento institucional, já que o presidente da IBSA, Ilgar Rahimov, é aliado político do presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev.

As denúncias levantam dúvidas sobre a independência dos processos de classificação e a atuação das autoridades esportivas. O episódio reacende o alerta sobre a importância de critérios rigorosos e isentos na classificação de atletas. Sem fiscalização efetiva, a integridade do esporte paralímpico fica comprometida.
O judô paralímpico segue as mesmas regras da Federação Internacional de Judô, com poucas adaptações em relação à modalidade convencional. Os atletas dividem-se por categorias de peso e também passam por avaliação oftalmológica.
Essa avaliação define três classes, de acordo com o grau de deficiência visual. As categorias são: B1, B2 e B3. Quanto mais grave a deficiência, menor o número da classe. A classe B1 inclui atletas cegos. As classes B2 e B3 reúnem praticantes que têm deficiência visual, mas que possuem alguma capacidade de distinguir formas e contornos.
Nos Jogos Paralímpicos, atletas B1 só podem competir contra atletas B1, numa categoria chamada J1. Já os atletas classificados como B2 e B3 competem na categoria J2. Shahana Hajiyeva competia na categoria J2.
Fonte: revistaoeste