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CENÁRIO AGRO

Vice-presidente do CREA-DF aponta elitização no modelo de crédito agrícola brasileiro

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O modelo de crédito agrícola brasileiro ainda é um modelo elitizado, onde pequenos e médios produtores acabam possuindo dificuldades em acessar. De acordo com o vice-presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Distrito Federal (Crea-DF), Antônio Queiroz Barreto, a complexidade é ainda maior para os médios produtores visto não se enquadrarem no Pronaf.

Entrevistado desta quinta-feira (22) do programa Direto ao Ponto, ele pontua que “a política de crédito brasileira tem certa dificuldade para dar acessibilidade” ao pequeno e médio produtor, uma vez que o patrimônio do mesmo é a própria terra.

O vice-presidente do CREA-DF explica que o grande produtor possui mais facilidade uma vez que já entra na linha de tradings e conseguem realizar uma compra direta de insumos com as multinacionais, por exemplo.

direto ao ponto vice-presidente CREA-DF Antônio Queiroz Barreto foto Dia de Ajudar Mato Grosso
Foto: Dia De Ajudar Mato Grosso

“Eu vejo que hoje no país que a dificuldade é para essa turma abaixo de 500 hectares. Acima de 100 hectares, abaixo de 500, um mil hectares, que é a turma do médio, que é aquele que já tem uma contratação de mão de obra externa, que já dispõe de um determinado nível tecnológico e ainda não consegue acesso ao que as tradings oferecem”.

Ele pontua ainda, ao programa do Dia de Ajudar Mato Grosso, que às vezes falam que ‘ah, o agro brasileiro é muito subsidiado’ em comparação com outros nichos do setor produtivo. Entretanto, Antônio Queiroz salienta que “se você for avaliar bem, esse agro não está tendo esse subsídio todo”.

“É meio que, o governo com uma mão dá e com outra tira. Eu trabalhei muito junto ao Banco do Brasil como consultor fazendo projetos para produtores. Então, não é fácil o produtor entrar no Banco do Brasil para aprovar o seu crédito”.

Vindo de uma família de produtores rurais na Bahia, o vice-presidente do CREA-DF lembra que na época os produtores podiam contar com o Proagro.

“A gente produzia e tinha aquela garantia que se não tivesse a safra pelo menos não perdia tudo. Pelo menos pagava o banco e continuava com crédito. A terra tem uma função social de produzir riqueza. Mas, diferente de um investimento em um outro setor produtivo da sociedade, de um supermercado, de um setor de serviço, a terra você não consegue dar preço ao produto”.

Sobre o acesso do pequeno e médio produtor ao crédito agrícola, principalmente por parte do médio produtor, Antônio Queiroz frisa que “ele teria que ter um certo amparo do governo, teria que ser uma situação melhor estudada. Talvez trazer de indicador o quanto de mão de obra está sendo sustentada por aquela empresa rural”.

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Fonte: canalrural

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