Durante a sessão desta terça-feira, 20, no , o ministro Alexandre de Moraes expôs uma série de mensagens trocadas entre militares acusados de participar de uma suposta tentativa de golpe.
Em tom irônico, ele mencionou alguns dos apelidos que recebeu dos réus. Entre os registros, um deles chamou atenção do magistrado: “cabeça de ovo”.
A expressão apareceu em transcrição da , atribuída ao coronel do Exército Márcio Nunes de Resende Júnior.
“Se a gente não tem coragem de enfrentar o cabeça de ovo, vamos enfrentar quem?”, diz o trecho lido por Moraes. O comentário provocou reações no plenário. O ministro Flávio Dino, por exemplo, reagiu em tom de brincadeira.
“Quero dizer, Vossa Excelência, que o anterior é mais simpático: centro de gravidade”, comentou, referindo-se a outro apelido usado pelos investigados.
O ministro relator ainda disse que os militares envolvidos foram criativos ao atribuir codinomes depreciativos a integrantes do STF. Ele também criticou o comportamento dos denunciados, citando o uso recorrente de palavrões nas mensagens interceptadas.
Em determinado momento, Moraes leu em voz alta um termo de baixo calão e concluiu: “Parece que a característica dos militares golpistas é a falta de educação aguda para poder ser promovido, talvez.”
O julgamento analisa a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra 12 militares acusados de integrar o chamado “núcleo 3” da suposta conspiração golpista.
A sessão começou com o relatório da acusação e seguiu com a sustentação oral das defesas. Depois da apresentação da subprocuradora-geral da República, Claudia Sampaio Marques, Moraes retomou o julgamento com a leitura de seu voto.
O ministro analisa, neste momento, as questões preliminares levantadas pelas defesas dos acusados. O julgamento prosseguirá nos próximos dias, com a apresentação dos demais votos.
Fonte: revistaoeste