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SAÚDE

Dados de satélite indicam que Nova Iorque e Chicago estão afundando – Descubra detalhes preocupantes

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Veneza, a cidade italiana recortada por canais e conectada por pontes sobre as águas, está afundando cerca de 0,2 centímetro por ano. Mas isso não é novidade para ninguém: a cidade sofre com inundações desde o século 5, e o problema se agravou desde o século 20 com o aumento do nível do mar causado pelo aquecimento global e a atividade turística intensa. O que talvez seja novidade para você é que ela não é a única cidade submergindo pouco a pouco.

Um estudo usando dados de radar de satélites mostrou que as 28 cidades mais populosas dos Estados Unidos também estão afundando anualmente, mas numa taxa bem menor que Veneza. Cidades como Nova Iorque, Chicago, Dallas e Denver tem grandes porcentagens de suas áreas em locais de subsidência, termo técnico dos geógrafos para áreas de afundamento.

A pesquisa, conduzida por cientistas do Instituto Politécnico da Virgínia e da Universidade da Virgínia, usou dados do satélite Sentinel-1, da Agência Espacial Europeia, para criar mapas de alta resolução que mostram o movimento vertical das metrópoles.

Em todas as cidades pesquisadas, pelo menos 20% da área tinha evidências de subsidência. Mas em 25 das 28 metrópoles, um mínimo de 65% da área estava afundando. Nos casos mais extremos, como de Nova Iorque, Chicago, Dallas, Houston e Detroit, 98% da cidade está passando por subsidência. Os dados do estudo foram publicados no periódico Nature Cities.

Problema de infraestrutura

A subsidência pode ser tanto natural quanto causada por humanos. No caso dessas cidades, 80% dos casos de afundamento são causados pela remoção de água do subsolo para uso humano. Os cientistas descobriram essa relação comparando os dados topográficos com os monitoramentos de poços artesianos.

Das cidades que estão afundando, Houston é a que está descendo mais rápido, com 12% da cidade se movendo 10 milímetros para baixo todo ano, só metade da taxa de Veneza. A cidade está perto da costa do Texas, e o afundamento pode significar mais inundações.

Apesar disso, a subsidência não é um problema só de áreas costeiras, sujeitas ao aumento do nível do mar: cidades como Phoenix, Denver e Nashville também estão afundando e lentamente comprometendo sua infraestrutura.

As taxas anuais de subsidência podem parecer pequenas, mas tem um efeito acumulado potencialmente perigoso. Como áreas diferentes afundam em ritmos diferentes, edifícios podem ter suas estruturas desestabilizadas por diferenças aparentemente pequenas entre um canto do terreno e outro.

Além da integridade estrutural dos edifícios, a subsidência também ameaça a qualidade de estradas, pontes, ruas e trilhos. Tudo isso só ajuda a complicar mais ainda a situação de cidades que estão sofrendo com eventos extremos causados pelas mudanças climáticas, como enchentes.

Pensar que poucos milímetros não vão fazer diferença é uma armadilha. Com os anos, esses milímetros viram centímetros, e os problemas estruturais que podem causar só vão ser percebidos quando estiverem aparentes, com consequências potencialmente catastróficas.

Por isso, a equipe de cientistas sugeriu algumas estratégias para mitigar os efeitos da subsidência. Não dá para impedir a cidade de afundar, mas dá para desenvolver estratégias de mitigação de inundações e “retrofitar” estruturas vulneráveis, modernizando e reformando a infraestrutura de prédios ameaçados.

Além disso, monitoramento constante de subsidência e uma revisão das práticas de extração de água do solo são essenciais para impedir que os prédios clássicos de Nova Iorque ou Chicago não fiquem tortos que nem a Torre de Pisa.

Fonte: abril

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