Chamada de “carrasca das estatais” durante sua atuação na Diretoria de Desestatização do (BNDES), no governo FHC, Elena Landau avalia que a quantidade de empresas que ainda estão nas mãos do Estado brasileiro é alta. “Coincidência ou não, cada vez que o PT assume o governo, o resultado delas, assim como de seus fundos de pensão, é sofrível, quando não é desastroso.”
Em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo na última quinta-feira, 8, a economista e advogada afirma ver na privatização um meio de atrair investimentos e melhorar a eficiência econômica do país. No entanto, ao ver o atual desempenho das empresas públicas federais, ela diz que só lamenta “não ter feito mais” .
As estatais federais registraram rombo bilionário no acumulado de 2024, resultado que se manteve durante o primeiro trimestre deste ano.
A ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, explica que rombo não é rombo. Tem cara de rombo, jeito de rombo, cheiro de rombo, mas não se identifica como um rombo. É um transrombo. Não por acaso, ela é ministra da, entre outras coisas, INOVAÇÃO. pic.twitter.com/HKlNcpbQnL
— Junio Amaral (@cabojunioamaral) January 31, 2025
O nomeou 323 pessoas para cargos em companhias nas quais o Estado tem participação. De todos esses nomes, diz a ex-diretora do BNDES, o critério não foi exatamente a competência. “A prioridade foi agradar a aliados”, com uma justificativa de “diversidade na gestão”.
Sob o pretexto da diversidade, o ex-piloto do avião presidencial Geraldo Correa Lyra Junior, virou conselheiro da empresa de energia elétrica Copel, em agosto de 2023, e a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e o (agora ex) ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, estão no conselho da metalúrgica Tupy, na qual o BNDES tem participação.

Na visão de Elena Landau, a ampliou o apoio dos brasileiros às privatizações, mas pelos motivos errados. Segundo ela, o repúdio à corrupção falou mais alto que os benefícios trazidos pela desestatização, como a universalização da energia e telecomunicação e uma alocação mais eficiente dos recursos públicos.
A ex-diretora do BNDES lamenta a falta de comunicação mais efetiva sobre as vantagens de reduzir o papel do Estado. Por causa dessa lacuna, poucos vinculam o sucesso da Embraer, por exemplo, à bem-sucedida privatização pela qual a empresa passou, em 1994.
Por meio da privatização, conclui Elena, o Estado é colocado em suas reais funções, “aquelas não passíveis de substituição pelo setor privado”.
Fonte: revistaoeste