O Vaticano deu início nesta quarta-feira (7), ao conclave que elegerá o 267º papa da Igreja Católica, sucedendo o Papa Francisco, falecido em 21 de abril aos 88 anos. A cerimônia começou com a tradicional missa “Pro Eligendo Pontifice”, celebrada às 5h (horário de Brasília) na Basílica de São Pedro, presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício.
Participam do conclave 133 cardeais com menos de 80 anos, representando 70 países — a maior diversidade geográfica já registrada em uma eleição papal. Entre os eleitores, destacam-se sete brasileiros, refletindo o alcance global da Igreja Católica.
Após a missa, os cardeais dirigiram-se à Capela Sistina, onde realizarão até quatro votações diárias. Para ser eleito, o novo pontífice precisa obter pelo menos dois terços dos votos, ou seja, 89 votos. Os resultados são sinalizados ao público por meio da fumaça que sai da chaminé da capela: preta indica que nenhum candidato foi escolhido; branca, que um novo papa foi eleito.
Entre os nomes mais cotados estão o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, e o cardeal Luis Antonio Tagle, das Filipinas, visto como um continuador das reformas de Francisco. A maioria dos eleitores foi nomeada pelo próprio Francisco, o que sugere uma possível continuidade de sua visão pastoral e reformista.
A expectativa é que o conclave se encerre em dois ou três dias, embora o processo possa se estender conforme a necessidade de consenso entre os cardeais. Uma vez eleito, o novo papa será apresentado ao mundo com a tradicional proclamação “Habemus Papam” e aparecerá na sacada central da Basílica de São Pedro para sua primeira bênção.
A eleição do novo líder espiritual de 1,4 bilhão de católicos é acompanhada com grande expectativa, não apenas dentro da igreja, mas também por líderes políticos e religiosos ao redor do mundo, dada a influência moral e diplomática do papado.
Para Dom Mário Antonio da Silva, Arcebispo Metropolitano de Cuiabá, o conclave não é apenas um processo de escolha de um líder religioso, mas um acontecimento profundamente espiritual e simbólico que toca a história da fé cristã e o futuro da convivência humana.
“O conclave é a renovação de um compromisso com a paz, com a verdade, com a justiça e com a misericórdia. É uma página viva do Evangelho sendo escrita diante dos nossos olhos, com implicações que vão além das fronteiras da fé católica. Por tanto, para nós, esse é um momento sagrado”, comentou ele.
Ainda segundo Dom Mário, esse momento reforça ações concretas extremamente necessárias dentro da igreja, como obras de misericórdia, promoção da dignidade humana, compromisso com os pobres e com a paz que esperamos.
Fonte: primeirapagina