Na Câmara dos Deputados, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, disse estar “doendo a nossa carne” as demissões e os afastamentos dos investigados no escândalo envolvendo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O presidente da autarquia, Alessandro Antonio Stefanutto, foi um dos demitidos.
A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da República deflagraram a Operação Sem Desconto para investigar fraudes no INSS. Estima-se um prejuízo de R$ 6,3 bilhões de 2019 a 2024. A ação cumpriu 211 mandados de busca e apreensão, seis mandados de prisão temporária e sequestro de bens avaliados em mais de R$ 1 bilhão.
Ao dar explicações na Comissão de Previdência, Carlos Lupi falou sobre os supostos envolvidos no escândalo: “Eu vi as pessoas que até semana passada eu tinha confiança, trabalhavam comigo, desenvolviam um trabalho que eu achava que era bom, envolvidas nisso”.
“Não conseguimos detectar e, aliás, se for falar a verdade, isso acontece em todas as instituições”, argumentou Lupi, que também disse não poder ser responsabilizado pelos erros dos “meus amigos”.
“Meu filho não é responsável pelos meus erros”, disse. “E os meus amigos também não podem ser responsabilizados por erros deles na minha pessoa. Cada um de nós é responsável pelos seus atos, pelo seu comportamento. Quem tiver roubado dinheiro de aposentado, de pessimista, tem que ir para a cadeia.”
Lupi ainda disse ser um “pavor” e um “horror” a fraude: “Demorou? Demorou sim”, prosseguiu. “Eu não tenho vergonha nenhuma em dizer que eu gostaria que fosse muito mais ágil. Mas demorou. Mas estamos agindo. Estamos fazendo.”
A Operação Sem Desconto, da , apreendeu mais de R$ 40 milhões em bens e valores. Os mandados foram cumpridos contra .
A investigação apura a suspeita de descontos irregulares em aposentadorias e pensões pagas pela autarquia. Os valores recolhidos eram repassados a associações que, supostamente, remuneravam serviços a essas pessoas.
Contudo, a PF mostra que a maioria dos descontos era feita sem a autorização dos aposentados e pensionistas. E que essas associações envolvidas fraudavam documentos e assinaturas para conseguir o desconto junto do INSS.
Fonte: revistaoeste