Após um ano consagrador, coroado com três prêmios no Latin Grammy, turnê internacional e parcerias com grandes nomes da música, Jota.Pê embarca em uma nova aventura musical: “Dominguinho”. Ao lado de João Gomes e Mestrinho, o artista entrega um projeto que mistura simplicidade e sofisticação com a leveza de um entardecer de domingo em Olinda. Em entrevista ao POPline, Jota.Pê falou sobre o nascimento espontâneo do álbum, a liberdade criativa que guia sua trajetória e o poder da música brasileira em unir tradição e inovação.
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Foto: Divulgação
Já podemos afirmar que “Dominguinho” é, sem sombra de dúvidas, um dos melhores lançamentos nacionais de 2025 e estamos apenas em abril. A força do disco, que une com maestria a leveza da voz de Jota.Pê com o grave contagiante de João Gomes e a sanfona imparável e arranjos perfeitos de Mestrinho, é palpável e abra alas para o período junino da forma mais singela e doce.
Gravado no Sítio Histórico de Olinda, o projeto – que ainda tem Gilú Amaral na percussão e Vanutti no violão de aço – nasceu da maneira mais espontânea possível: sem ensaios formais, com decisões tomadas no calor da hora e muita cumplicidade entre os músicos. Jota.Pê descreve “Dominguinho” como um projeto que nasceu da amizade e da paixão genuína pela música:
“Eu amo cantar, amo tocar, o Mestrinho também, o João também. Então tudo que a gente fez foi fazer o som que a gente ama. Esse projeto aconteceu quase meio que sem querer. A gente foi decidindo as músicas meio que ali. Então foi um projeto que a gente fez naturalmente. A gente só se divertiu.”
Sobre o sucesso de “Dominguinho”, que já soma mais de 3 milhões de plays no Spotify, ele diz: “Música não mente, então quando tem verdade no que a gente tá fazendo, quando tem honestidade no que a gente tá fazendo, o público percebe.”
Esse espírito de “roda de amigos” atravessa as 12 faixas do projeto audiovisual, que transita com naturalidade entre inéditas, regravações e medleys surpreendentes. Com a sofisticação orgânica que só a música brasileira é capaz de oferecer, “Dominguinho” se firma como um projeto único e coeso, mesmo costurando repertórios tão diversos, que vão de Orochi e Charlie Brown Jr. a Unha Pintada e Kara Véia.

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Sobre a sonoridade sofisticada de “Dominguinho”, Jota.Pê disse:
“A sofisticação de ‘Dominguinho’ vem da própria música brasileira, que consegue ser simples e rebuscada ao mesmo tempo. Quando a gente vê artistas muito populares e conhecidos por todos como Gilberto Gil, Luiz Gonzaga e Dominguinhos, ao mesmo tempo que todo mundo conhece, dança e canta, se você for olhar a harmonia, a rítmica, as propostas musicais, é tudo muito complexo. Então acho que a música brasileira por si só já propõe isso.”
Jota.Pê continuou falando sobre a grandeza de seus parceiros musicais no projeto:
“João, para mim, é um cara que representa esse encontro do passado e do futuro no presente. Ele é um cara muito atento a tudo que pode ser, a tudo que a música brasileira pode ser. O Mestrinho, um gigante, já é um dos maiores músicos da história da música brasileira, com certeza. “
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Jota. Pê vive grande momento
Além de ser um encontro de gerações e estilos, “Dominguinho” é também um retrato do momento atual de Jota.Pê: um artista que se sente cada vez mais livre para transitar entre ritmos e possibilidades, respeitando suas raízes e experimentando novas sonoridades. “Sempre acreditei que música boa não tem estilo certo. O que importa é a verdade do encontro”, disse ele.
Em meio a uma sequência de conquistas — como os três Grammys Latinos em 2024 e as parcerias com nomes como Jorge Drexler e Vanessa da Mata —, Jota.Pê segue reafirmando sua identidade: a de quem transforma encontros em música e música em afeto.

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Para ele, estar ao lado de grandes nomes e transitar por gêneros tão variados é a realização de um sonho.
“Fazer um disco de forró tem um significado ainda mais especial, porque no início da carreira, o forró era a trilha sonora dos meus primeiros shows. Era a galera da escola de dança que ia aos meus shows antes de ir dançar no Canto da Ema.”
Ele continuou
“Sou um cara que ama música brasileira, que ama música mundial e que gosta muito de poder brincar com todas as possibilidades. Eu sempre acreditei que música boa não tem estilo definido, né? Então eu sempre quis me sentir muito livre de poder fazer tudo. E eu tou muito feliz de estar no momento de carreira em que isso de fato me é possível.”
Apesar das conquistas, a segurança que permeia as escolhas de Jota.Pê nesse momento não está sempre ali. Ele confessou que muitas vezes se sente desafiado:
“Cantar com artistas gigantes, receber convites para interpretar clássicos… tudo isso é muito grande. Mas estou aprendendo a confiar mais no meu trabalho e a entender que estou cercado por pessoas incríveis, que me impulsionam”.
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Essa confiança recém conquistada se reflete em coragem para alçar voos ainda mais altos e conceber projetos como “Dominguinho”, um álbum que, mais do que um encontro musical, é um manifesto de liberdade artística e de amor à música brasileira em sua forma mais genuína. Assim, Jota.Pê continua a escrever um dos capítulos mais bonitos da nova geração da nossa música.
Fonte: portalpopline