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Vitor Kley enfrenta o luto e lança disco mais íntimo: confira o novo trabalho do artista

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Quais são as pequenas grandes coisas da vida? Vitor Kley busca responder a essa pergunta em seu novo álbum, que chega hoje aos tocadores de música. Em “As Pequenas Grandes Coisas”, o artista entrega seu trabalho mais íntimo e completo até agora; um projeto que marca sua estreia como produtor musical e um reencontro com a própria essência após viver o luto da morte de seu pai.

Em entrevista exclusiva ao POPlineVitor detalhou o processo criativo do álbum, comentou a participação de Marcelo Camelo e as gravações que aconteceram em diferentes partes do mundo.

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Capa de “As Pequenas Grandes Coisas”. Foto: Divulgação

Vitor Kley chega ao seu quinto álbum de estúdio aos 30 anos de idade. “As Pequenas GrandesCoisas”, que serve como sucessor para “A Bolha”, brinda um momento importante na vida do artista, que garante que se sente mais maduro quanto às suas escolhas.

“Me sinto com muito mais certeza do que dúvida,” disse ele. “Antes, cada lançamento era um mar de questionamentos. Hoje, tô muito mais tranquilo, mais leve. Tenho certeza das pessoas com quem estou trabalhando, das músicas que estou lançando.”

O álbum traz no título e no enredo as sutilezas da vida. Com esse trabalho, Vitor Kley sugere um olhar mais atento para aqueles detalhes que passam despercebidos e ele confirmou que foi exatamente isso que lhe inspirou a compor o projeto:

“Grandes coisas até são grandes, mas não maiores que as pequenas. Acordar e agradecer por estar vivo, abrir a janela, pisar na grama, tomar meu café… Comecei a valorizar mais isso durante o processo do álbum. Olhar o céu azul e pensar: ‘Eu posso ir pra lá. Basta querer, ter coragem.’ […] Uma pequena grande coisa é, por exemplo, uma canção. Uma canção pode transformar a vida de uma pessoa completamente. E esse álbum é de canções. Então preste atenção nas pequenas grandes coisas. Sempre.”

Com o recado dado nas composições, mais leveza na vida e tranquilidade na tomada de decisões, Vitor recebeu o impulso que precisava neste novo momento para assumir o comando de sua música. Munido de coragem, ele decidiu mergulhar de cabeça no trabalho e assinar a produção musical do álbum por completo. Sobre essa experiência, ele disse:

“Eu me auto-sabotava demais, sabe? Então acho que a palavra certa é coragem. Muito agradecido às pessoas que me encorajaram a assinar esse primeiro projeto da minha carreira como produtor. Eu vejo que isso é muito sadio pra quem gosta do meu trabalho, porque acaba tendo um pouco mais de mim, sabendo um pouco mais de mim, entendendo um pouco mais dos meus gostos, das minhas vontades.”

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Foto: Rodolfo Magalhães

Ele continuou:

“Como artista, me sinto mais rico porque testei coisas diferentes, ouvi diferentes produtores. É um álbum cheio de camadas, de sons, de caminhos. E isso é a evolução: saber ouvir, experimentar e ter coragem de seguir.”

A influência de Marcelo Camelo

Marcelo Camelo está presente na ficha técnica de “As Pequenas Grandes Coisas”. O músico, que liderou o grupo Los Hermanos por décadas, colabora com Vitor Kley na produção da faixa “Tudo de Bom (Ô Moça)”. Sobre a parceria com Camelo e a influência dele no disco, Vitor disse:

“Marcelo é um dos grandes presentes que a vida me deu nesses últimos tempos. Mais do que produzir, eu vivi com ele. Convivi com ele, com a família dele, passei aqueles dias em Portugal e foi demais, cara. […] Sempre que eu escuto as músicas, eu falo: ‘Cara, o Marcelo tá aqui.’ Nas guitarras, nos arranjos percussivos, na maneira de tocar a bateria, nos arranjos orquestrais.”

Ele continuou:

“Ele me aconselhou muito, principalmente na faixa ‘Vai Por Mim’. Me perguntou se eu realmente queria lançar, tocar nesse assunto… Teve uma sensibilidade extra-música, extra-business, extra-tudo. Olhou pra mim como ser humano: ‘Victor, vai ficar tudo bem, por ti, de boa?’”

“Vai Por Mim”: Luto e homenagem

“Vai Por Mim”, música questionada por Marcelo Camelo, é trilha sonora de um dos momentos mais delicados da vida de Vitor Kley. Ele enfrenta o luto pela perda do pai, o ex-tenista Ivan Kley, que faleceu no início de abril, em meio aos trabalhos de produção e lançamento de “As Pequenas GrandesCoisas”.

A resposta de Vitor à dor que vive veio na forma desta canção. “Antes da partida do meu pai, eu já considerava esta a faixa mais poderosa do álbum. Agora, com ele cuidando da gente lá do alto, com toda certeza ela é a mais poderosa. Se não a faixa mais poderosa da minha carreira.”

Ele continuou:

“‘Vai Por Mim’ é mesmo um relato de um filho que via aquela situação acontecer, da doença, da depressão acontecer. […] A última oportunidade que eu tive foi botar ‘Vai Por Mim’ prontinha pra tocar no velório do meu pai. Tenho certeza que ele ouviu de onde ele estivesse e ficou muito orgulhoso, sentiu uma energia muito forte dele, como quem diz: ‘Filhão, tá tudo certo. Tô bem aqui. Obrigado por isso, obrigado por essa homenagem. A vida é pra frente.’”

“As Pequenas Grandes Coisas” pelo mundo

Vitor Kley passou por diversos cantos ao longo das gravações e produção de “As Pequenas Grandes Coisas”. São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Portugal estiveram entre as paradas do artista. Essas mudanças de cenário impactaram nas composições e na atmosfera do álbum, como contou Vitor: 

“Eu queria muito viajar gravando. Gravar em lugares que já tinha passado e em lugares novos, com culturas diferentes. Pude também ir pra Santa Catarina, onde cresci, voltar num estúdio que já tinha gravado em outro momento de carreira. ‘As Pequenas Grandes Coisas’ é a tradução disso — essa volta com a nossa essência, esse olhar pras pequenas coisas. Foi essencial pro conceito, pra alma do álbum.”

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Foto: Rodolfo Magalhães

Nova turnê

O ritmo vibrante das gravações se estenderá para agenda de Vitor Kley nos próximos meses. Ele confirmou que já prepara uma turnê para o novo disco e que, desta vez, a cor principal será azul (na turnê de “A Bolha” ele trabalhou com o roxo).

“Vai ter muito azul, vai ter figurino novo pra toda a banda — roupas jeans de upcycling da Ventana. […] A gente começa por Guarapari, que é uma cidade onde tenho parte da família. Em breve vamos pra Portugal. Depois, as capitais — São Paulo, Rio, Curitiba, Porto Alegre. Eu tô muito feliz. Acho que tava devendo isso: vir com álbum novo, repaginar a turnê, a cor. Depois do roxo, vem o azul. E essa turnê também vai trazer muitas sonoridades diferentes ao vivo, que talvez as pessoas nem imaginavam que a gente tinha capacidade de tocar.”

Fonte: portalpopline

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