Uma nova conversa entre o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, desta vez por telefone, está marcada para ocorrer nesta segunda-feira, 21. O mais recente contato entre os dois havia ocorrido no último dia 8 de abril.
Ambos deverão falar sobre as negociações para o retorno dos reféns sob controle do grupo terrorista Hamas e o andamento das conversas entre e Irã para um acordo nuclear, realizadas há dois dias em Roma.
O diálogo entre os líderes ocorre um dia depois de um comunicado oficial de Netanyahu para o país. No domingo 20, o disse que não irá se render aos “assassinos que cometeram o pior massacre contra o povo judeu desde o Holocausto.”
Ele se referiu aos ataques de 7 de outubro, em que morreram cerca de 1,2 mil pessoas e 251 foram sequestrada na invasão de terroristas ao sul de Israel.
“Render-se seria por em risco a segurança do Estado – e a de vocês”, afirmou Netanyahu à população.
A fala dizia respeito à pressão que ele vem sofrendo por parte da sociedade israelense para que encerre o conflito e ceda às exigências do grupo terrorista Hamas, para a libertação dos 59 reféns ainda sob controle dos extremistas.
As conversas para um acordo se mantêm em um impasse, depois de uma nova tentativa dos EUA do Egito de apresentar uma proposta na semana passada.
“Neste fim de semana, o Hamas rejeitou novamente uma proposta que poderia levar à libertação da metade dos reféns vivos ainda em Gaza e à devolução de muitos corpos”, afirmou o primeiro-ministro.
“O Hamas exige o fim da guerra e a manutenção de seu domínio em Gaza. Exige também a retirada total de Israel da Faixa e a reconstrução do território com financiamento que lhe permita se rearmar e atacar novamente.”
Ele também declarou que não desistirá de impedir que o Irã produza uma arma nuclear.
“Quero também falar sobre o Irã: estou comprometido a impedir que o Irã obtenha armas nucleares. Não abro mão disso, não enfraqueço nisso, e não recuo – nem um milímetro.”
Netanyahu defende sua política
Netanyahu respondeu aos seus críticos os chamado de “hipócritas” e ressaltou que suas iniciativas contribuíram para Israel se distanciar da ameaça da destruição.
“Desde o início da guerra ouvimos pedidos para encerrá-la – e para encerrá-la com rendição”, ressaltou o primeiro-ministro. “Esses pedidos aumentaram recentemente.”
Em seguida, Netanyahu acrescentou que a sua política de segurança foi, segundo ele, determinante para alterar o cenário na região.
“Se eu tivesse cedido a esses clamores, não teríamos entrado em Rafah, não teríamos tomado o Corredor Filadélfia, não teríamos realizado a Operação dos Bipes, não teríamos eliminado Sinwar, Deif, Haniyeh e também Nasrallah, não teríamos criado as condições para a queda do regime de Assad [na Síria] e o duro golpe ao eixo do Irã, e não teríamos mudado o cenário do Oriente Médio”, destacou. “Continuaríamos vivendo sob ameaça existencial.”
Fonte: revistaoeste